Dia 7 de maio, na programação das "Quartas Sociológicas", a pesquisadora Myrian Sepúlveda dos Santos, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), apresenta a palestra "Prisões da Ilha Grande: quando o excesso se naturaliza". O evento, organizado pelo récem-criado Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS), tem início às 10h, no Auditório do Departamento de Ciências Sociais.
O tema em discussão envolve o Instituto Penal Cândido Mendes,
instalado em um dos lugares mais bonitos e paradisíacos do Brasil, área
nobre do turismo ecológico, a Ilha Grande. Entretanto, as prisões da
localidade sempre foram associadas pelos detentos e pela opinião
pública a um "caldeirão do inferno". O termo é proporcional ao grau de
violência associado ao lugar.
A crítica de Myrian é que esta prisão foi completamente distante dos
objetivos mais formais estabelecidos pela lei: isolar, punir e
recuperar os internos para a vida em sociedade. As prisões da Ilha
Grande foram palco de fugas freqüentes, formação de quadrilhas,
desrespeito aos direitos dos detentos, que eram castigados com torturas
e assassinatos, e de uma administração corrupta.
Para elaborar a análise, a professora delimitou a violência existente
nas práticas carcerárias das prisões da Ilha Grande entre 1984 até
1994, período em que o Instituto Penal Cândido Mendes foi destruído por
implosão.
Myrian dos Santos é professora adjunta do Departamento de Ciências
Sociais e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
da UERJ.
As "Quartas Sociológicas" tiveram início no dia 23 de março e se
estendem até o final do semestre. A última palestra aconteceu no dia 9
de abril, com a aula inaugural ministrada pelo sociólogo Renato Ortiz
sobre o tema "Sociologia e as Ciências Sociais".
UFCAR Agência