Além desse tema, a Dra. Angela Lange, autora de livros que são referências na área, também falou sobre “Dermopigmentação Pós-mastectomia”.
Segundo Angela, quanto antes o esteticista tiver acesso ao paciente, melhor será a prevenção de complicações, como edema, equimose, fibrose, dentre outros problemas. “O cirurgião plástico tira o excesso de gordura ou de pele e a reposiciona, mas aquela pele que foi envelhecida ou flácida, sem colágeno, para a cirurgia, continuará a mesma, daí a importância de tratá-la até antes do procedimento. E o tratamento também deve estar associado às questões nutricionais”, explica. Conforme a palestrante, alguns pacientes evoluem bem sem o pós-operatório, mas têm outros que necessitam. Contudo, ela afirma que a complicação pode aparecer no paciente que fez do mais simples ao mais complexo procedimento cirúrgico.
Angela é fisioterapeuta dermatofuncional, com clínica em Curitiba (PR) e é autora dos livros “Drenagem Linfática Manual no Pós-operatório das Cirurgias Plásticas”, “Fisioterapia Dermato Funcional Aplicada a Cirurgia Plástica” e “Fibrose da Prevenção ao Tratamento”. Ela contou, durante a palestra, que desde quando se formou foi para a área da estética, principalmente quando recebeu apoio de um casal de médicos para se aprimorar no tratamento pós-operatório. “Mas na minha época não tínhamos esses recursos que temos hoje. Estava entrando no mercado a ultrassom... Muitos produtos e equipamentos melhoraram”, lembrou.
E nessa caminhada, a fisioterapeuta também se tornou referência na técnica de dermopigmentação. Ela explica que é muito semelhante à tatuagem, a diferença é que esta é feita numa camada mais profunda da pele, com outros tipos de pigmentos e aparelhos mais fortes, enquanto a dermopigmentação trabalha com produtos mais seguros, numa camada mais superficial da pele. “Essa técnica é realizada em duas situações. Nas cicatrizes após a cirurgia plástica, como, por exemplo, mulheres que fazem a redução de mama e ficam com cicatriz feia ao redor da aréola. Em alguns casos podemos trabalhar pigmentando, camuflando, como se fosse uma maquiagem definitiva nessa cicatriz. E outra situação é em mulheres que tiveram o câncer de mama e fizeram a mastectomia, em que podemos pigmentar a aréola e o mamilo”.
Ela lembra que a recomendação é que esse procedimento seja sempre feito por um profissional com formação na área da saúde, que estuda sobre pele, músculo, alergias, enfim... “Até porque, quando fazemos a pigmentação em aréola de mulher mastectomizada, geralmente ela tem um linfedema no braço, e nós sabemos que dependendo da agressão que fizermos o edema pode aumentar”.
Sobre desenvolver esse trabalho com mulheres que enfrentaram o câncer, Angela afirma ser gratificante. “É o final, é o resgate e o acabamento de tudo que aquela mulher passou. Na hora que estamos fazendo, quando tem só um pouco de cor, elas já ficam encantadas... O paciente de câncer é diferenciado, muito mais tranquilo para se trabalhar, com nível de exigência bem diferente daquela pessoa que está incomodada com uma estria, por exemplo. Ele já tem outra visão da vida!”.
Programação – Na cerimônia de abertura do evento, que tem como tema central “Estética, saúde e bem-estar: nova área de atuação do esteticista”, a coordenadora do curso de Estética e Cosmética, Dra. Bruna Corral Garcia de Araújo, enfatizou que a 4ª edição da jornada traz assuntos únicos, importantes para todos os futuros profissionais. “Com certeza sairão com um diferencial para o mercado de trabalho”. Além de estudantes, o evento conta com a participação de egressos da graduação. As atividades vão até esta quarta-feira (7) e ocorrem no período da noite, no Teatro César Cava.