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O Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) desenvolve linha de pesquisa com foco nos desafios e impactos gerados pela Copa (2014) e as Olimpíadas (2016) no Brasil, sob a coordenação dos professores Glauco Bienenstein (UFF), doutor em Planejamento Urbano, Fernanda Sánchez (UFF), doutora em Geografia, e Gilmar Mascarenhas (do Instituto de Geografía da Uerj), em parceria com outras universidades e institutos de pesquisa nacionais e internacionais.
Estes megaeventos não vêm sendo acompanhados de um projeto, minimamente discutido pela sociedade civil, de levar algum suporte em termos de ganhos sociais para metrópoles tão desiguais, afirma a professora Fernanda Sánchez em recente entrevista.

Na opinião dos pesquisadores, o “momento olímpico” como um processo social, além do espetáculo, pode ser interpretado como um processo contraditório, com ganhadores e perdedores, e como oportunidade-chave para um realinhamento das coalizões dominantes em torno de um projeto de poder. Em suas fissuras, também é apresentado como uma oportunidade para o surgimento de conflitos que desafiam o projeto dominante e seus desdobramentos, a manutenção e a viabilidade econômica das propostas originais.

A conjugação de manifestações culturais consideradas “positivas” com as aspirações das elites locais promovem a construção de uma imagem urbana de “Jogos Olímpicos” em ações impositivas de intervenção na ordem social e em espaços urbanos, reforçadas com a militarização de territórios.

Nesse contexto, sob a denominação “Megaeventos e metrópoles” estão em andamento estudos comparativos das iniciativas implementadas por quatro cidades-sedes da Copa de 2014 (situadas em diferentes regiões geográficas brasileiras).

Os estudos visam analisar e questionar o processo que caracteriza a economia político-simbólico que gira em torno de megaeventos "aldeia olímpica", a aplicação de grandes volumes de recursos públicos, além das coalizões políticas entre os três níveis do Estado brasileiro. O objetivo principal é contribuir para ampliar a percepção, fomentar  o diálogo e a transparência necessária às ações oficiais de legitimização dos eventos citados.

Os compromissos assumidos pelo poder público com os órgãos internacionais, e que envolvem diretamente as cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, entre outras, conforme as recentes previsões divulgadas, não poderão ser cumpridos com a agilidade necessária e nos prazos exigidos. Estudos do Ipea revelam que, dos 13 aeroportos que estão em obras, nove não devem estar prontos para receber a Copa do Mundo de 2014. E, por conta dessa demanda, comunidades estão ameaçadas de despejo, como no Rio - Vila do Autódromo - e em Fortaleza.

O assunto é destaque na agenda das principais metrópoles brasileiras e foi  pauta da Conferência Internacional Megaeventos e a Cidade, realizada em novembro de 2010, no Rio de Janeiro, que reuniu pesquisadores e profissionais de todo o mundo.

Agência UFF de Notícias