Volnei destacou as peculiaridades de cada país na aplicação da Bioética. “Os bioeticistas que trabalham em países ricos ou pobres, com uns ou outros grupos sociais, enfrentam problemas de origens diversas e dimensões e complexidades diferentes”. Segundo o professor, é imprescindível que a discussão sobre Bioética na América Latina seja incorporada ao próprio funcionamento dos sistemas públicos de saúde, principalmente no que diz respeito à responsabilidade social do Estado.
Outro destaque do encontro, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Bioética e Diplomacia em Saúde, em uma parceria entre a UnB e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi a participação do coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, que abordou o tema Diplomacia em saúde: novas perspectivas e estratégias em saúde global. O especialista fez uma análise sobre a crise do sistema capitalista que o mundo vive desde 2008 e que aumentou as desigualdades sociais.
Ele chama a atenção para nações como a Bolívia, que necessitam da solidariedade e da cooperação internacional para vencerem os desafios, principalmente na área da saúde. E incentivou a participação brasileira na capacitação de profissionais em outros países da América Latina. “O Brasil trabalha com cooperação bilateral, mas essa cooperação passa a ser compartilhada quando, por exemplo, o Brasil forma profissionais em outros países e não mais desloca-os para poder capacitá-los”.
INCENTIVO – Segundo representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), professor José Paranaguá de Santana, a realização do encontro amplia as discussões em relação aos direitos humanos no contexto das relações internacionais em saúde. “É muito importante que se conheça bem a proposta da Bioética da intervenção para transformarmos a realidade”, enfatizou. Participaram ainda do seminário alunos e professores da UnB, pesquisadores da Fiocruz, consultores e representantes da Academia de Medicina de Brasília.
UnB Agência