Apresentação
Os estudos sobre o mundo antigo têm se caracterizado pela preocupação em acompanhar debates teóricos contemporâneos, fazendo cair por terra o preconceito de que estariam desconectados das questões atuais.
Nos últimos anos, a antiguidade tem sido vista e revista sob a influência de conceitos como globalização, diversidade, fronteira, etnicidade, memória e identidade.
A XI Jornada de História Antiga, realizada em 2009, conjuntamente ao I Encontro de Estudos Medievais, coordenado pela professora Rajene Jardim, iniciou um ciclo de debates sobre paradigmas pós-modernos. Após refletirmos sobre a diversidade cultural, na décima edição do evento, propomos agora, na XI Jornada de História Antiga, trazer ao público interpretações balizadas nos conceitos de memória e identidade, abordados por meio de várias interconexões conceituais e temáticas: deveres de memória; memória e procedimentos legais, memória e práticas funerárias, memória e arte; memória e história, memória e musas, retórica e história; memória, escrita da história e tradição; identidade e tradições culturais, identidade e divindades, memória e religiosidade, contatos entre identidades religiosas.
“Ao apresentarmos o impacto destes conceitos sobre pesquisas de História antiga desenvolvidas no Rio Grande do Sul, esperamos contribuir para enriquecer este debate, por meio do qual a historiografia atual se apropria da perspectiva antropológica fomentada pelos conceitos de memória e identidade. Estes conceitos integram as áreas dos dois programas de mestrado em funcionamento no Instituto de Ciências Humanas, o Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural e o Mestrado em História, que tem como áreas de concentração Fronteiras e Identidade”, observa o diretor do ICH, professor Fábio Vergara Cerqueira.
Caterine Henriques Mendes, coordenadora do GT de História Antiga da ANPUHRS, acrescenta: “Começamos a ver que uma outra Antigüidade é possível, abandonando modelos interpretativos rígidos, empiristas e mecanicistas, em prol de uma epistemologia da diversidade e da fluidez das dinâmicas culturais e interações cotidianas, epistemologia em que memória e identidade desempenham papel crucial”.
Programação
Quarta-feira – 26/05/2010
19:30 – Abertura
19:40 – Conferência de Abertura
Memória e regimes memoriais: elementos para um debate contemporâneo”
Maria Letícia Mazzucchi Ferreira (UFPEL)
Quinta-feira – 27/05/2010
08:00 às 10:00
Minicurso: Tópicos de Iconografia da Grécia Antiga
Pedro Luis Machado Sanches (UFPEL) e Fábio Vergara Cerqueira (UFPEL)
10:30 às 11:30
Retórica e história N’os sertões, de Euclides da Cunha: O Ethos do historiador.
Anderson Zalewski Vargas (UFRGS)
14:00 às 15:30
A memória no procedimento legal de Gortina: uma análise de duas inscrições do primeiro quarto do século V a.C.
Luis Fernando Telles Dajello (mestrando em História - UFRGS)
Práticas funerárias e memória familiar em Atenas: tradição e pólis em conflito
Kátia Amorim Macedo (Graduada em História – Especializanda em Educação – UFPEL)
16:00
Modelos educativos nas Biografias de Plutarco: identidade, memória e tradição cultural grega no Império romano
Fábio Vergara Cerqueira (UFPEL)
19:30
Deir el Medina: identidades, divindades e o Mar Mediterrâneo!
Margaret Marchiori Bakos (PUCRS)
Sexta-feira – 28/05/2010
08:00 às 10:00 – Minicurso:
Minicurso: Tópicos de Iconografia da Grécia Antiga
Pedro Luis Machado Sanches e Fábio Vergara Cerqueira (UFPEL)
10:30 às 11:30
Quem sabe: “Musa e memória antes da História”?
Francisco Marshall (UFRGS)
14:00 às 15:00
Memória, história e arte na Mesopotâmia
Katia Maria Paim Pozzer (ULBRA)
16:00 às 17:00
Os evangelhos como fonte no estudo da memória e identidade cristã
Caterine Henriques Mendes (Mestranda em Memória e Patrimônio– UFPEL)
Escatologia e Apocalíptica de matriz judaica e sua influência no pensamento gnóstico cristão
Luis Artur Janes Silva (Graduado em História – UFPEL)
19:30 às 21:30
Cristianismo e identidades culturais no séc. IV: relações entre cristãos e não cristãos na sociedade tardo-imperial
Edalaura Berny Medeiros (Graduada em História – UFPEL)
Tito Lívio e a escrita da história: entre memória, monumenta e tradição.
Marco Antonio Collares (Graduado em História – UFPEL. Mestre em Historia – UNESP/Franca)
Coordenadoria de Comunicação Social — Universidade Federal de Pelotas