
O objetivo do evento é principalmente aprofundar a discussão sobre os temas e a forma de apresentação de propostas para a chamada lançada em março no âmbito do Acordo de Cooperação Tecnológica assinado em 2009 pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos Estados de São Paulo (FAPESP), Minas Gerais (FAPEMIG) e do Pará (FAPESPA) e a VALE S.A.
O acordo prevê investimentos de até R$ 120 milhões, no total. As áreas de pesquisa contempladas vão desde o campo da mineração – atividade fundamental da empresa – até áreas como ecoeficiência, biodiversidade, geotecnia, busca de novas rotas de biocombustíveis e melhoria da eficiência energética.
Segundo Luiz Eugênio Mello, diretor do Instituto Tecnológico Vale (ITV), o braço de pesquisa da mineradora, o objetivo central do seminário é dar visibilidade à iniciativa. “Temos um grande aporte de recursos envolvido. Podemos dizer que a chamada tem valores proporcionais aos dos Fundos Setoriais, já que o aporte total se eleva à ordem de R$ 120 milhões, considerando-se a contribuição da Vale e das três Fundações”, disse Mello à Agência FAPESP.
Por contar com a presença da comunidade científica, a reunião poderá, segundo ele, fornecer à empresa e às Fundações um retorno sobre a adequação do caminho adotado pelo acordo.
De acordo com Mello, a chamada é abrangente, envolvendo muito mais que as atividades de mineração, como, por exemplo, na área de biodiversidade. Boas propostas de áreas de humanidades também têm chances de aprovação. A chamada apresenta linhas de pesquisas não-exclusivas que incluem, por exemplo, temas como arqueologia histórica, gestão do patrimônio arqueológico, metodologias de avaliação de programas sociais em comunidades tradicionais, otimização da malha de transportes e definições de tradições e afiliações culturais.
“Essa abrangência da chamada poderá gerar dúvidas, entre os pesquisadores, em relação ao que pode ser solicitado. Tudo pode ser conhecido e avaliado a partir da própria chamada, mas muitas vezes há aspectos que se resolvem melhor em um diálogo”, explicou.
Com o seminário, segundo ele, haverá possibilidades adicionais para resolver determinadas limitações associadas ao termo de cooperação na forma como foi concebido. “Além disso, poderemos aproveitar a reunião para esclarecer com mais profundidade como a Vale está planejando seu futuro na área de ciência e tecnologia nos próximos dez anos”, disse.
A atividade de mineração envolve grandes volumes de recursos e uma perspectiva temporal muito ampla. “Em geral, quando temos um depósito mineral, temos a perspectiva de décadas de exploração. Por isso precisamos desenvolver a atividade mineradora com um horizonte de longo prazo. Esse modelo precisa ser tão moderno e sustentável quanto possível, para dar conta da realidade dentro de 50 anos”, disse.
Chamada abrangente
De acordo com Patrícia Brant Monteiro, diretora de área de Ciências Biológicas e Agrárias da FAPESP, o seminário completará informações dirigidas aos pesquisadores interessados em submeter propostas para a chamada.
“Temos à disposição um canal de atendimento on-line aos interessados, mas entendemos que é importante divulgar amplamente a chamada e estabelecer também esse contato direto, pois podem surgir muitas dúvidas. Por outro lado, teremos também um retorno sobre suas expectativas”, disse.
Na abertura do evento, o diretor do ITV fará uma apresentação sobre a empresa, sob o ponto de vista do instituto. “Serão expostos os detalhes da parceria com as FAPs e seu objetivo, que é o de financiar projetos de pesquisa em redes, envolvendo a Vale e pesquisadores de pelo menos duas das Fundações”, explicou.
Em seguida, Douglas Eduardo Zampieri, membro da Coordenação de Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP, apresentará o acordo sob o ponto de vista da Fundação. Ele exemplificará o funcionamento da cooperação com base nos acordos que a FAPESP tem com outras empresas. Em seguida, será aberta uma sessão de perguntas e respostas.
Mais informações sobre a chamada: www.fapesp.br/fffv
Para se inscrever no seminário técnico, clique aqui.
Agência FAPESP