De acordo com Ana Cristina, desde cedo a criança tem de lidar com os estímulos externos, que vão sendo interpretados à medida que ela consegue captá-los, e essa capacidade de percebê-los aumenta conforme o seu desenvolvimento. Para interpretá-los, os pequenos dependem do desenvolvimento de outras faculdades mentais, como a linguagem e a memória.
“Pensando que a criança está numa brincadeira desenvolvendo um raciocínio em relação a essa atividade, tanto a televisão quanto um rádio podem desviar sua atenção e fazer com que ela faça o movimento de retornar à atividade, muitas vezes não lembrando de onde parou. Até porque, como ela não está com a capacidade de pensamento completamente desenvolvida e se encontra na fase de treinar a maneira com a qual vai resolver os problemas que aparecem, para assim definir seu estilo cognitivo de aprendizagem”, diz.
A televisão atrapalha até mesmo quando a criança não está brincando, afinal de contas ela deve praticar esportes, passear, efim.... fazer qualquer outra coisa que não seja ver TV.
Além de dificultar o desenvolvimento das crianças, o uso da televisão deve ser supervisionado pelos adultos. “Os pais precisam aprender a ser críticos, saber identificar o que é adequado ou não para os filhos, para poder orientá-los”, orienta.
O tempo em que os pequenos ficam em frente à televisão deve ser acompanho pelos pais ou responsáveis, porque até os 5 ou 6 anos eles ainda confundem realidade com fantasia. “É importante que o adulto questione o que a criança entendeu do programa ou do desenho e tente ajudá-la a perceber o real significado. Não é sair por aí quebrando a fantasia das crianças, mas sim ajudando a entender o mundo real, fazendo com que elas externalizem seus sentimentos, seus medos gerados pelo que foi visto na TV”, explica a professora.
Em relação à programação adequada, Ana Cristina enfatiza: NOVELAS, NEM PENSAR. Ela orienta que os adultos coloquem um DVD de filme infantil para a criança antes de dormir. A psicóloga ressalta que os pais precisam se sacrificar um pouco, por exemplo, se há uma única televisão, eles devem colocar o filme para o filho e, quando ele pegar no sono, voltar à programação para adultos. Ou, melhor ainda, que alguém se disponha a contar histórias sem que a criança precise ver TV. “É preciso a participação e a orientação dos pais. O adulto é o parâmetro de limite da criança, é o modelo”, esclarece.
Outro fator perigoso decorrente da fixação dos pequenos pela televisão é a obesidade. Ana Cristina lembra os hábitos alimentares também sofrem interferência do aparelho televisivo. Quem se alimenta em frente à TV não percebe o que e a quantidade do que come.