De acordo com os organizadores, o projeto deve incentivar o gosto pela leitura por meio da disponibilizarão de livros em locais com ampla circulação de pessoas. Esses pontos de distribuição são quiosques montados nos terminais de ônibus Mercado (integrado ao terminal Parque D. Pedro II, no Centro), Santo Amaro, Pirituba e A. E. Carvalho, em Itaquera. A entrega dos exemplares tem o apoio da SPTrans.
Serão distribuídos 40 mil livros, 20 mil de cada um dos novos títulos, além dos 9 mil exemplares restantes do primeiro livro da coleção. Os quiosques ficarão abertos de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados das 10 às 18h. As obras também estarão disponíveis em versão digital, e poderão em breve ser baixadas gratuitamente pela internet.
Exemplo da Colômbia
O “De mão em mão” foi inspirado na iniciativa colombiana “Libro al viento”. A ideia é que as obras sejam lidas e passadas adiante, “de mão em mão”, ou devolvidas nos mesmos postos onde foram retiradas, para que possam chegar a outras mãos. O projeto colombiano recebeu o aval da Unesco e contribuiu para que Bogotá fosse declarada a Capital Mundial do Livro em 2007.
No “De mão em mão”, as obras foram selecionadas por um conselho editorial composto por José de Souza Martins (sociólogo e colunista do jornal O Estado de S. Paulo); Luciana Veit (editora), Sérgio Vaz (poeta e fundador do Sarau da Cooperifa); Heloísa Jahn (editora e tradutora); Jézio Hernani Bomfim Gutierre (professor de Filosofia da Unesp e Editor Executivo na Editora Unesp); Samuel Titan Jr. (professor de teoria literária na USP, tradutor e revisor); e Carlos Augusto Calil (professor de cinema na USP e atual Secretário Municipal de Cultura).
Sobre os dois novos títulos
Contos paulistanos, de Antônio de Alcântara Machado
Em 149 páginas, a Coletânea reúne os contos das obras Brás, Bexiga e Barra Funda e Laranja da China, além de quatro contos avulsos do autor, considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira e definido por Mário de Andrade como “o mais universal dos paulistanos”.
Em Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), Alcântara Machado (1901-1935) retrata, em estilo jornalístico e linguagem coloquial, como a interação entre italianos e brasileiros foi alterando o perfil da cidade de São Paulo.
Já em Laranja da China (1928), sua segunda coletânea de contos, os protagonistas brasileiros emergem de uma escrita mais elaborada, mas ainda econômica, exemplo de uma prosa marcada pela ruptura das convenções, característica que aproximou o autor, que foi também jornalista e político, dos principais representantes da Semana de Arte Moderna de 1922.
A nova Califórnia e outros contos, de Lima Barreto
Os 14 contos deste livro de 172 páginas espelham a obra do escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto (1181-1922), um dos críticos mais severos da República Velha (1889-1930). Mulato e vítima de preconceito social, Lima Barreto foi um defensor vigoroso dos pobres, boêmios e arruinados.
Dono de um texto coloquial e despojado com características realistas e naturalistas que recria tradições cômicas, carnavalescas e picarescas da cultura popular, o autor influenciou os escritores da Semana de Arte Moderna de 1922.
Ao retratar de forma contundente os acontecimentos relevantes do começo recente da vida republicana brasileira, Lima Barreto oferece ao leitor contemporâneo uma crítica muito atual do nacionalismo ingênuo e dos privilégios de classe no país.
Assessoria de Imprensa da Secretaria da Cultura do município
Serviço
Terminal Mercado fica na Avenida do Estado, 3350, Centro (ao lado do terminal Parque D. Pedro II);
Terminal Santo Amaro, na Avenida Padre José Maria, 400 (ao lado da Estação Largo 13 da Linha 5 Lilás do Metrô);
Terminal Pirituba, na Avenida Dr. Luís Felipe Pinel, 60 (ao lado da Estação Pirituba da Linha 7 Rubi da CPTM);
Terminal A. E. Carvalho, na Avenida Imperador, 1401, em Itaquera.