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A Editora Universitária da PUCRS (Edipucrs) lança na próxima segunda-feira, 25 de julho, a obra Hildebrando de Freitas: Heroi Farroupilha, organizada pelos autores Édison Hüttner (professor da Faculdade de Teologia), Ana Laura de L. Leitzke e Tiago Soares Rios, diplomados em História pela Universidade. A história do Padre Hildebrando de Freitas Pedroso é inédita, com documentos raros encontrados desde 1815, no Rio de Janeiro, Bagé, Alegrete, Camaquã, Porto Alegre e outros lugares. Traz ao público a figura do heroi farroupilha e seu painel, cujas cores e desenhos são fontes da atual Bandeira do Estado.
O lançamento, com sessão de autógrafos, será às 16h30min no saguão do prédio 9 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). O evento contará também com apresentação cultural.

Saiba mais

Um padre participante de batalhas da Revolução Farroupilha fez um painel que pode ter inspirado o brasão da bandeira rio-grandense. Esse fato pouco difundido sobre Hildebrando de Freitas Pedroso mesmo entre historiadores e conhecedores da cultura gaúcha motivou o professor da Faculdade de Teologia Ir. Édison Hüttner e os diplomados em História ¿ Licenciatura e bacharelado pela PUCRS Ana Laura de Lamare Leitzke e Tiago Soares Rios a pesquisarem sobre ele. As investigações geraram impacto e o padre foi incluído desde o ano passado como um dos personagens destacados na Semana Farroupilha.

"Padre Hildebrando é um heroi sem trajetória conhecida", destaca Hüttner. Ele lembra que a criação da bandeira do Estado teve várias contribuições, pois o final do século 19 foi de exaltação do imaginário rio-grandense em lenços e painéis. Os símbolos maçônicos, como as duas torres, levariam a supor que a autoria do desenho não seria do padre, mas esses elementos faziam parte da identidade cultural da época. Os pesquisadores acreditam que o brasão rio-grandense foi inspirado no desenho dele, recebendo a arte final do major Bernardo Pires, que pertencia à Maçonaria. José Mariano de Matos fez o plano da bandeira. Outras fontes indicam distintos autores. Manoel Lobo Ferreira Barreto diz que a bandeira teria sido confeccionada antes da Revolução, em Buenos Aires, por Tito Lívio Zambecari.

"Chama a atenção no painel, que está preservado no Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, a presença de representantes de etnias formadoras do Estado: indígena e negra. As algemas quebradas significam o ideal abolicionista. O cocar é um dos elementos que se destacam, raro nessas iconografias. "O padre desenhou uma das mais belas e notáveis representações de nosso Estado, num painel que ainda não é conhecido pelas pessoas", afirma Ana Laura.

"Padre Hildebrando nasceu em Viamão, em 1807, e fez cursos superiores no Rio de Janeiro. "Voltou com ideais libertários e aderiu à Revolução Farroupilha", comenta Rios. O presidente da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, Manoelito Savaris, diz que Hildebrando se engajou na causa, desempenhando papel importante no momento final da Revolução, quando foi debatida a Constituição farrapa na terceira capital, Alegrete. "Ele ficará para sempre na galeria dos líderes farroupilhas Resgatar sua história pessoal é tarefa complicada, mas não impossível para os pesquisadores. "

"Para recompor os passos de Hildebrando, Ana Laura, Rios e Hüttner fizeram pesquisa bibliográfica e percorreram museus e a Biblioteca Central da PUCRS. Em Camaquã, descobriram que o padre batizou Caetana e Leão da Silva, netos de Bento Gonçalves. No Cemitério da Santa Casa, na Capital, se surpreenderam com a simplicidade do local onde está sepultado o corpo do religioso, sem identificação, com apenas um número inscrito numa cruz enterrada.