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Será que foi loucura? Pagamento de promessa? Doença? Não se sabe. A única certeza é de que o pai se foi para o mesmo lugar, nunca distante: o meio daquele rio, que se tornou morada e demência, coragem, covardia e sina daquele homem. Este descobrir do rio e seus encantos é resgatado pelo Grupo de Teatro da Universidade Federal do Pará (UFPA). A trupe se baseou na obra “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa, para dar vida ao espetáculo “Em nome do rio”, que entra em cartaz nesta quinta-feira, 31, e pode ser visto até domingo, 03 de abril, sempre às 20 horas, no Teatro Universitário Cláudio Barradas, em Belém.
O processo, composto de muita música e elementos da cultura popular, traz à tona a intrínseca relação do paraense com o rio, que para alguns é rua, para outros, sobrevivência. Ele, neste espetáculo, é protagonista de sua força, que se torna corpo e pulsação. O porquê da ida do pai ao rio se resume em si mesmo, no seu encantar.

Drama - A história a ser contada é a do pai que, num mistério que só o rio pode entender, entrega-se a ele sem nunca mais na vida beirar a margem. Deixa filhos, casa, esposa e se entrega a uma vida na canoa, encontrando uma terceira margem que, em si, é uma vocação, porém, sem nunca se afastar por completo dos seus. Causa dor não só a si, mas a todos em sua volta.

A Direção do espetáculo é assinada pelos diretores Dário Jaime e Fabrício de Sousza. A montagem do Grupo de Teatro Universitário é um projeto desenvolvido pela Escola de Teatro e Dança da UFPA.

A peça conta com membros ligados diretamente aos cursos ofertados pela ETEDUFPA e com pessoas de fora, porém, especialmente nesta montagem, o elenco é, em sua maioria, de pessoas oriundas da comunidade, muitas iniciando no teatro por meio deste processo, que já acontece desde o início do ano.

Trilha - A música é um ponto essencial na montagem, já que várias nuances da narrativa são permeadas por ela. O diferencial é a utilização somente de percussão, que dá um caráter mais ritualístico à peça. Os percussionistas Diego Vattos e Diego Machado dão o tom de carimbó, lundu e vários ritmos, para que esse rio corra seu curso.

O “Em nome do rio” é uma grande ode a esse rio que é nosso, onde se encontra corpo e essência amazônida. No palco, ele se transforma em gesto, angústia, música e muito sentimento. Remonta-se aqui o subjetivo de Guimarães Rosa, sob um olhar nortista, ribeirinho por vocação. Vale a pena descobrir sua terceira margem.

Serviço:

Espetáculo “Em nome do rio”, do Grupo de Teatro Universitário da UFPA.

Data:  De 31 de Março  à 3 de Abril de 2011.

Local: Teatro Universitário Cláudio Barradas (Rua Jerônimo Pimentel, esq. Rua D. Romualdo de Seixas), Belém.

Hora:  20h00

Ingressos: R$10 (com meia entrada para estudantes).

Informações: (91) 8180 1230.

Assessoria de Comunicação do Grupo de Teatro da UFPA