“Fala-se muito que a internet vai acabar com o suporte papel, mas não é que temos visto. As pessoas continuam lendo em livros impressos, também os jovens lêem mais do que se imagina. Usa-se muito a internet, claro, mas o livro continua vivo”, ressalta a pesquisadora.
“Não diminuiu, ao contrário. A demanda é maior porque o acesso a esse material é também maior hoje, possibilitado pela ampla divulgação de informações pela internet”, opina a professora Solange Leda Gallo, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Unisul.
Para as duas pesquisadoras, o que pode estar mudando nessa era da internet é o tipo de leitura. “Talvez não seja a considerada alta literatura que esteja sendo consumida, mas livros de auto-ajuda, ou aqueles voltados ao público adolescente. Mas livros estão sendo lidos”, considera a professora Débora.
Segundo a professora Solange, a própria internet, com seus espaços de entretenimento, exige habilidade de leitura. “O usuário pode não estar tendo uma leitura linear, mas de fragmentos, que pode gerar alguma atividade imediata. De qualquer forma, está tornando a literatura mais acessível e quando a escola exigir uma leitura mais erudita, esse aluno-usuário terá mais possibilidades de fazer essa leitura do que outro. Uma coisa leva à outra”.
O IX Encontro do Círculo de Estudos Linguísticos do Sul (CELSUL), que termina amanhã, reúne estudiosos de todo o país. São quase mil pessoas e apresentação de cerca de 900 trabalhos sobre gramática, semântica, morfologia, gêneros textuais e estudos de linguagem e do discurso. Entre essa diversidade de temas, dois grandes eixos. Um deles trata dos gêneros textuais, da escrita, incluindo as novas formas, como a digital, e suas várias facetas de acordo com classe social e etnias, por exemplo.
O outro grande eixo é o letramento, conceito utilizado pelos pesquisadores da área em substituição à palavra alfabetização, ampliando seu significado para referir-se ao aprendizado da habilidade da escritura e da leitura não apenas no modo clássico, mas também a verbal, visual e digital e, ainda, o uso dessa habilidade para a inserção social.
Unisul Assessoria de Imprensa