Vinte e duas imagens ficarão expostas, até 14 de outubro, nos corredores, fazendo um arco, entre os prédios da Reitoria e do Instituto de Ciências Humanas (ICH), passando pelas engenharias. Dezessete imagens com fotos em preto e branco ficarão em stands no hall de entrada dos prédios 4 e 6.
Na exposição, o caminho de Lech Walesa, como líder do sindicato trabalhista e do grande movimento Solidarnosc, é retratado até sua eleição como presidente da República da Polônia em 1990 e as consequências internacionais do abalo do comunismo na Polônia, acontecimentos do chamado "efeito dominó" neste processo de longo prazo de libertação.
O cônsul lembrou que, em 1980, com muitas semanas de greve que redundaram numa greve geral, as autoridades daquele país foram forçadas a reconhecer o sindicato Solidariedade, temendo as forças dos trabalhadores e sindicatos. Foi o primeiro movimento não controlado pelo Partido Comunista, disse o cônsul, naquela região como em todo o Leste Europeu, que vivia sob a Cortina de Ferro. Mas um ano após o reconhecimento do sindicato, disse o cônsul, a Lei Marcial proibiu o funcionamento do Solidariedade e determinou a prisão de líderes sindicais, incluindo Lech Walesa. Mas, mesmo assim, a mobilização penetrou em países europeus vizinhos, e o Solidariedade passou então a operar na clandestinidade, contou.
Um outro momento importante nos anos 80, listado pelo cônsul, foram as negociações para a Mesa Redonda, que reuniu o poder comunista na Polônia e o movimento democrático, modelo seguido por outros países do Leste Europeu. “A expansão da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e da União Europeia não seria possível sem a luta do movimento solidariedade na Polônia”, ressaltou o cônsul.
O assessor especial da Reitoria, professor José Tarcísio Amorim, representando o reitor da PUC Minas, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, disse que atualmente o mundo enfrenta dois grandes desafios: a globalização da técnica e da economia - que faz com que não estejamos em um território isolado - e a perda das raízes históricas de nossa cultura. “Esse evento restaura nossas raízes históricas ou de determinadas posições históricas que assumimos que nem sabemos que fazemos. Estamos em um processo de transformação: não somos o que éramos, não sabemos o que seremos e estamos em plena metamorfose. Se não sabemos de onde viemos e para onde vamos, ficaremos em absoluta alienação”, disse ele em relação à importância do evento.
Como coordenador da mesa, o professor Edison Gomes, coordenador do Curso de História, disse que a exposição é grande oportunidade de a Universidade discutir o movimento polônes. Também lembrou que o país sempre se destacou pela cultura e pelas artes, apesar de ser mais lembrado, durante o século XX, pela invasão da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e pelo campo de concentração em Auschwitz. Lembrou também que o Teatro João Paulo II, no campus Coração Eucarístico, tem o nome do falecido papa polonês.
O professor Jorge Mascarenhas Lasmar, do Curso de Relações Internacionais, como debatedor ressaltou a importância de eventos como esse entre os dois países. Destacou o papel de liderança que a Polônia tem exercido no plano internacional atualmente e na promoção dos Direitos Humanos, num contexto de perda de liderança pelos Estados Unidos e regionalização da política internacional.
A exposição já esteve em países europeus e, no Brasil, na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Estiveram ainda presentes à abertura o cônsul honorário de Belo Horizonte, Sérgio Pitchon, a assessora de Relações Internacionais da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Seplan) da Universidade, professora Rita Louback, docentes e alunos dos cursos de História, Relações Internacionais e Pedagogia.