Ciência e Tecnologia

A Universidade de São Paulo (USP) abriu o acesso à nuvem computacional para pesquisadores vinculados a qualquer universidade ou instituição de pesquisa realizarem seus projetos. Os pesquisadores poderão ter acesso, via internet, a um conjunto integrado de servidores, dispositivos de armazenamento e rede de dados que compõem o sistema de computação em nuvem (cloud computing) da universidade – denominado interNuvem USP – mediante a aquisição de créditos.

Em meio à relativa calmaria que o inverno impôs à epidemia de Zika, uma notícia grave surge para deixar todos em alerta: o vírus pode continuar danificando o cérebro dos bebês por semanas após o nascimento. Ainda não se sabe durante quanto tempo o Zika permanece ativo no organismo das crianças, mas, em 24 de agosto, foi apresentada uma das primeiras evidências de que isso pode ocorrer por tempo suficiente para agravar as lesões formadas durante a gestação.

Foi divulgado nesta terça-feira, 23 de agosto, no periódico Radiology, uma publicação da Radiological Society of North America (RSNA), resultados obtidos em estudo que inclui 45 exames de ultrassonografias de bebês contaminados pelo Zika vírus (ZIKV) durante a gestação. As imagens, também publicadas no New York Times e em outros meios de comunicação estrangeiros, tiveram grande destaque e impressionam porque mostram que o vírus pode causar, além da microcefalia, sérios danos a partes diferentes do cérebro.

Poderia um único episódio de infecção intestinal tornar uma pessoa propensa a desenvolver distúrbios cardiovasculares, obesidade, diabetes ou alergias alimentares e doença inflamatória intestinal? Essa hipótese inquietante está sendo investigada com apoio da FAPESP no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). A coordenadora da pesquisa é Denise Morais da Fonseca, uma das sete vencedoras da 11ª edição do Para Mulheres na Ciência – prêmio oferecido anualmente pela L’Oréal Brasil em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Em tempos de crise econômica, é comum que a sociedade questione a aplicação do dinheiro público e queira privilegiar atividades que deem retorno visível e imediato. Áreas em que os resultados são mais difusos ou menos palpáveis frequentemente passam a ser vistas como não prioritárias na hora da alocação dos recursos. Quando esse fenômeno afeta o sistema de pesquisa, cujo financiamento depende em grande medida – varia de país a país – do Estado, com frequência ele se traduz na oposição entre pesquisa básica e pesquisa aplicada, como se fossem conceitos independentes e não profundamente interligados.

Crianças com síndrome de Down, alteração genética provocada pela presença de um cromossomo a mais, têm maior frequência de infecções e doenças autoimunes ao longo da vida devido a uma imunodeficiência primária – condição congênita caracterizada pelo funcionamento deficiente das células do sistema imunológico. Para compreender melhor os processos que levam a isso, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) caracterizaram toda a desregulação genômica causada pelo cromossomo extra que faz com que as células de defesa dos portadores de Down ataquem o próprio organismo e sejam menos eficazes contra microrganismos invasores.

farmacoUm método para identificar e quantificar substâncias ativas presentes em medicamentos, cosméticos e alimentos de forma rápida e barata foi descrito por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em artigo publicado recentemente na revista Scientific Reports, do grupo Nature. Desenvolvida com apoio da FAPESP, a técnica emprega recursos de geração de imagens por espectrometria de massas.

Se algum zoólogo brasileiro anunciasse a descoberta no país não apenas de uma, mas de quatro espécies de mamíferos de médio porte de uma só vez, o achado seria festejado pela comunidade científica mundial. O mesmo entusiasmo deveria valer também para a descoberta, em uma só tacada, de quatro novas espécies de tubarões na costa brasileira. A descrição de quatro novas espécies de tubarões foi recentemente publicada no periódico Zootaxa, em artigo assinado por Sarah Tházia Viana, Marcelo Rodrigues de Carvalho e Ulisses Gomes.

aspirinaPara pacientes de risco, a ingestão de uma dose de ácido acetilsalicílico (AAS) a cada três dias pode ser tão eficiente na prevenção de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença vascular periférica quanto consumir o medicamento diariamente. E com uma vantagem: a probabilidade de complicação gastrointestinal diminui. A conclusão é de um estudo brasileiro apoiado pela FAPESP e pela Biolab Farmacêutica.

geneticaA importância de se compartilhar dados de estudos genômicos para fazer avançar o tratamento de doenças foi tema de um comentário publicado (LINK) na revista Science, em junho, pela equipe do consórcio The Global Alliance for Genomics and Health (GA4GH). No texto, um dos exemplos positivos mencionados foi a Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed) – iniciativa que reúne integrante de cinco Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP e que lançou, em novembro de 2015, o primeiro banco público de dados genômicos da América Latina.

marcelo moralesNão se trata apenas de um nome complicado. A glomeruloesclerose segmentar e focal (Gesf) é uma doença renal que se traduz em poucas esperanças para seus pacientes. À base de corticoides e imunossupressores, o tratamento nem sempre tem boa resposta, já que parte dos doentes desenvolve resistência aos medicamentos e o quadro acaba evoluindo para insuficiência renal crônica. Com indicação para a hemodiálise, esses pacientes terminam engrossando as filas de transplante.