Ciência e Tecnologia

É como a engrenagem de uma máquina, em que todas as peças estão conectadas. Só que, nesse caso, podemos imaginar que a máquina são os recifes de coral e todo o ecossistema em torno deles. É fácil entender como tudo acontece. Estima-se que até 70% de todo o carbono orgânico produzido em recifes de coral seja metabolizado por micro-organismos. Durante a fotossíntese, algas e corais liberam carbono na água, que é consumido por bactérias que o usam para seu próprio crescimento.

Estudos recentes sugerem que o desequilíbrio entre as bactérias benéficas e as patogênicas que compõem a flora intestinal – condição conhecida como disbiose – pode ter relação com o surgimento de tumores no trato digestivo. Ainda não está claro, porém, se o câncer é causa ou consequência dessa alteração no microbioma.

depressãoUm estudo recém-publicado no New England Journal of Medicine põe em dúvida a eficácia do tratamento contra a depressão que tem como pressuposto estimular áreas do cérebro com correntes elétricas de baixa intensidade. A técnica, conhecida como estimulação cerebral de corrente contínua (tDCS, da sigla em inglês), era considerada alternativa promissora para casos de depressão.

Quando, por algum motivo, o preço do etanol sobe nas bombas de combustível, torna-se economicamente mais vantajoso para o motorista abastecer um carro flex com gasolina. Porém, a saúde de toda a população paga o preço: a substituição do combustível implica uma elevação de 30% na concentração atmosférica de material particulado ultrafino – aquele com diâmetro menor do que 50 nanômetros. O fenômeno foi constatado na cidade de São Paulo em um estudo apoiado pela FAPESP e publicado este mês na revista Nature Communications.

Além de dar nome a uma cidade no interior do Estado de São Paulo, Araraquara, que em tupi significa “toca das araras”, também é a denominação de uma espécie brasileira de vírus transmitido pela urina e fezes de roedores silvestres (hantavírus) que pode ser a mais virulenta desse gênero no mundo. Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) identificou que, além de roedores silvestres, que são reservatórios naturais do vírus, o hantavírus Araraquara também é capaz de infectar morcegos.

Sempre que o organismo sofre uma agressão – seja um simples corte no dedo ou uma cirurgia – as células no entorno da lesão recebem sinais para se proliferarem mais intensamente, de modo a regenerar o tecido danificado. No caso do câncer não é diferente. Muitas vezes, as células tumorais são praticamente eliminadas pelo tratamento com radio ou quimioterapia e, depois de algum tempo, retornam ainda mais agressivas.

Um antigo entrave no mercado de embriões bovinos está mais próximo de ter um fim. Pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP) descreveram um até então desconhecido mecanismo de acúmulo lipídico em oócitos que diminui o sucesso da produção in vitro de embriões. Isso porque o acúmulo lipídico é consequência recorrente quando o gameta feminino que ainda não atingiu a maturidade (oócito) é levado para a produção de embriões em um ambiente in vitro.

Quais são os fósseis mais antigos da América do Sul? Depende. No caso do domínio dos procariontes, que reúne os reinos das bactérias e das arqueobactérias, a resposta correta seriam os estromatólitos, que são estruturas rochosas muito antigas formadas por microrganismos aquáticos reunidos em “tapetes” microbianos. Os estromatólitos sul-americanos mais antigos datam de mais de 2 bilhões de anos, como os que afloram na Formação Fecho do Funil, no Quadrilátero Ferrífero, no Centro-Sul de Minas Gerias.

Em um prédio histórico do Instituto Butantan, localizado entre o Museu de Microbiologia e a Biblioteca Central, foi inaugurada nesta sexta-feira (21/07) a sede do Centro de Excelência para Descoberta de Alvos Moleculares (Centre of Excellence in New Target Discovery – CENTD). Apoiado pela FAPESP e pela farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), o CENTD tem como objetivo identificar novos alvos terapêuticos para doenças de base inflamatória, como osteoartrite, artrite reumatoide, câncer e doenças neurodegenerativas.

Pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em colaboração com colegas das universidades Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, da Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), de Brasília (UnB), do Observatório Nacional e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro, estão elaborando um novo mapa de ameaça sísmica do Brasil.

Imagine a possibilidade de reconstruir estruturas complexas do corpo humano e de criar próteses ósseas e implantes dentários customizados, moldados a partir das particularidades físicas de cada paciente, e com a vantagem de serem absorvidos naturalmente pelo organismo após a cirurgia. Ou usar implantes dentários de titânio capazes de “osseointegrarem” em quatro semanas. Longe da ficção científica, essa já é a realidade de diversas pesquisas em andamento no Laboratório de Biomateriais do Instituto Militar de Engenharia (IME).