O medicamento é resultado do mestrado profissional da pesquisadora do IPT Thais Aragão Horoiwa.
No Brasil, o tratamento da doença é oferecido pelo SUS e feito de forma injetável. O paciente recebe diariamente, por um período de 20 dias, injeções com doses de 10 a 20 mg de Glucantime, sendo a aplicação feita diretamente nas feridas.
“O tratamento é extremamente doloroso, além de depender da internação do paciente para a aplicação do medicamento e controle dos efeitos colaterais, que são intensos e podem até levar ao óbito. A alternativa que propomos é de um tratamento tópico com pomada ou creme, evitando que o medicamento caia na corrente sanguínea, e com aplicação feita pelo próprio paciente. A simplicidade do tratamento diminuiria o gasto de recursos públicos e evitaria também a evasão do tratamento”, disse Horoiwa.
De acordo com o IPT, os testes de liberação e permeação realizados até o momento mostram evidências de que o medicamento, indicado para tratamento da leishmaniose cutânea, não tem penetração na corrente sanguínea – evitando efeitos colaterais em órgãos internos – e que sua liberação é sustentada na ferida, crescendo ao longo do tempo, o que possibilitaria uma aplicação única.
As pesquisas já renderam uma patente para o IPT e, atualmente, a formulação inicial do medicamento passa por testes pré-clínicos no Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Leishmaniose é o nome utilizado para identificar um conjunto de doenças infectocontagiosas causadas por protozoários do gênero Leishmania. Comum em humanos, mas também em animais (especialmente cães), a doença pode se manifestar de diversas formas, sendo que na mais conhecida – chamada tegumentar ou cutânea – o protozoário se instala nos macrófagos (células de defesa) da epiderme e faz com que o paciente desenvolva feridas na pele e mucosas.
Mais informações: www.ipt.br/noticia/1353-combate_a_leishmaniose.htm.
Agência FAPESP