Os bebês recebem as fibras solúveis do leite materno ou das fórmulas lácteas. Elas também são encontradas na aveia, soja, ervilha, lentilha, aipim, maçã, beterraba e cenoura. A pesquisa é coordenada pela professora Ana Paula Duarte de Souza, da Escola de Ciências da Saúde.
As bactérias intestinais fermentam os prebióticos, que resultam em ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), como acetato, propionato e butirato, que podem ser uma alternativa de baixo custo para os pacientes do Sistema Único de Saúde, reduzindo tempo de internação e demais custos. "A grande prevalência desse vírus e a sua influência nos desfechos de doenças respiratórias pediátricas impõem grandes desafios aos profissionais de saúde e demandam mais atenção em programas estratégicos do Ministério da Saúde", afirma Ana Paula. Atualmente não há vacina disponível contra a bronquiolite e, apesar de haver tratamento baseado no uso de Palivizumabe, as alternativas para atenuar a gravidade da doença causada por VSR são limitadas.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa vai medir os níveis de ácidos graxos de cadeia curta nas fezes de 52 crianças internadas no Hospital São Lucas e avaliar os desfechos relacionados com a gravidade de bronquiolite causada pelo VSR, como tempo de internação, uso de oxigenoterapia e sibilância (ruído característico de doença respiratória). Participarão pacientes nos primeiros seis meses de vida que apresentem infecção respiratória confirmada que chegarem na emergência do Hospital. As primeiras coletas serão em abril de 2018, com a chegada do frio. Será feito um questionário com as mães que amamentam para identificar a quantidade de fibra ingerida. "Esperamos encontrar uma associação negativa entre os níveis de ácidos graxos nas fezes e a gravidade da bronquiolite, sugerindo que a suplementação com fibras possa melhorar o quadro clínico", destaca a professora.