De acordo com Krishnamurti, os novos analgésicos, mais potentes que a morfina, "apresentaram grande eficácia contra as dores neuropáticas experimentais que atingem pelo menos 7% da população mundial, mas cujos tratamentos atuais aliviam apenas cerca de 30% dos pacientes", além de possuir um mecanismo de ação diferente da morfina, condição que isentará uma série de importantes efeitos colaterais, como dependência física, depressão respiratória e constipação.
Os venenos utilizados no projeto pertencem a animais da biodiversidade do Nordeste, a uma altespécie de cascavel (Crotalus durissus cascavela) e a uma grande espécie de anfíbio, o sapo-cururu (Rinhella jimi), que conseguiram sobreviver e evoluir durante milhões de anos em regiões inóspitas, com secas frequentes e duradouras.
Segundo o pesquisador, graças ao apoio do programa Subvenção Nacional, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e mais recentemente dos programas de Apoio à Inovação Tecnológica em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (TECNOVA/Finep), e InovaFIT, da Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa (Funcap), na fase 1, a Uece e a Genpharma sintetizaram novos peptídeos a partir da estrutura química dos naturais e iniciaram os estudos toxicológicos agudos pré-clínicos, última etapa considerada essencial pela ANVISA, antes da realização dos estudos clínicos no homem.
A exitosa pesquisa, que conta também com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é um exemplo bem-sucedido da parceria Universidade/Empresa que contribuiu com o desenvolvimento e conclusão das teses de quatro alunos de doutorado do Programa de Apoio a Projetos de Doutorado Interinstitucional (DINTER) de Ciências Fisiológicas e RENORBIO da Uece, e com uma patente que está aguardando trâmites burocráticos para depósito no INPI.