Para finalizar essa etapa, fundamental ao projeto, o grupo de pesquisadores decidiu lançar uma campanha de arrecadação pela internet, já que os recursos provenientes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ainda não foram disponibilizados. Se o grupo receber a verba do órgão federal, ela será utilizada nas fases seguintes da pesquisa, como a ampliação da escala de biorreatores.
O grupo pretende financiar a compra de um kit de extração de RNA específico para sedimentos (dificilmente extraído por métodos convencionais) e cobrir os custos de sequenciamento e preparo de biorreatores – etapa em que serão selecionadas as melhores cepas de bactérias para a geração de bio-hidrogênio.
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Pesquisadores buscam bactérias com maior capacidade de produção de hidrogênio. Foto: Divulgação
“O objetivo do projeto é reproduzir em laboratório o que está acontecendo naturalmente no ambiente”, explica a professora da pós-graduação em Oceanografia, Maria Luiza Schmitz Fontes. Ela conta que quatro cepas de bactérias já foram isoladas, e eles pretendem conseguir mais para finalizar esta parte da pesquisa, na qual são utilizados biorreatores de escala de bancada, onde o gás pode ser quantificado. Depois, a escala aumenta e serão necessários novos investimentos. “Estamos buscando fontes alternativas de produção de energia, ligando sustentabilidade e inovação tecnológica. A “zona morta” da Lagoa da Conceição é rica em micro-organismos, que podem produzir uma energia limpa, oferecendo recursos ainda não explorados.”
A área central da Lagoa da Conceição chega a seis metros de profundidade; mas, a partir dos três metros, a disponibilidade de oxigênio cai em certas épocas do ano. Conforme a penetração de luz diminui na Lagoa, a parte próxima do fundo chega a ficar sem oxigênio – anóxica –, formando uma área chamada “zona morta”, já que peixes e crustáceos evitam essas águas; entretanto, bactérias encontram o ambiente perfeito à sua proliferação. “Nós queremos transformar esta “zona morta” num lugar que possa ser aproveitado economicamente como fonte de energia”, afirma Maria Luiza.
Considerado o combustível ecológico do futuro, o bio-hidrogênio emite menos gás Carbônico (CO2) que os atuais combustíveis fósseis. “Entre os combustíveis alternativos que se têm estudado ultimamente está a produção biológica de hidrogênio. A quebra de hidrogênio e a produção de energia não produzem gases do efeito estufa, e, além disso, sua combustão produz algo tão inócuo quanto a água”, relata Regina Vasconcellos Antonio, professora da pós-graduação em Energia e Sustentabilidade – Campus Araranguá.
Além das professoras Maria Luiza e Regina, participam do projeto alunos dos cursos de Oceanografia, Biologia e Biotecnologia integrantes do Grupo de Oceanografia Microbiana (GOM) da UFSC.
Mais informações pelo telefone (48) 3721-2626.
Agecom/UFSC