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Pesquisa científica sobre deterioração controlada em sementes de orquídeas aponta para a possibilidade de identificar lotes que permitem estocagem por mais tempo. O estudo inédito se insere no projeto Orchid Seed Stores for Sustainable Use (Banco de Sementes de Orquídeas para Uso Sustentável), junto à Wakehurst Place - Kew Gardens, no Reino Unido, do qual a Unoeste participa.
Orientada pelo pesquisador Dr. Nelson Barbosa Machado Neto, a bióloga Jéssica Fontes Fileti desenvolveu experimentos no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da Unoeste e os resultados se tornaram conhecidos na terça-feira (4) com a defesa pública de sua dissertação no mestrado em Agronomia, junto à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação.

Inicialmente, havia a possibilidade de dois testes distintos e a opção foi pelo teste de deterioração controlada, mais preciso que o teste de envelhecimento acelerado. A escolha considerou a exposição da semente a determinado valor de umidade e o aumento da temperatura, já que a outra alternativa não leva em conta o teor de umidade, restringindo-se ao controle da temperatura. Como ainda não havia estudo para sementes de orquídeas, que são minúsculas e de difícil manuseio, ocorreu uma adaptação aos experimentos realizados com sementes de oleaginosas, como a canola e o amendoim. "Foi possível saber que a gente consegue criar novos lotes com diferentes níveis de vigor, favoráveis ao armazenamento", disse Machado Neto.

"O teste de deterioração controlada foi eficaz para modificar a resposta das diferentes espécies quanto à germinação. As temperaturas de 43ºC e 45ºC foram mais drásticas para a maioria das espécies", pontuou a bióloga durante a defesa, avaliada pelos doutores Ricardo Tadeu Faria, da UEL, e Fabiana de Lima Abrantes, da Unoeste. O resultado do trabalho será apresentado no Congresso Brasileiro de Sementes, que ocorrerá em Foz do Iguaçu (PR) no mês que vem. Também será mostrado na Conferência Andina de Orquídeas, na Colômbia, em novembro deste ano, onde estarão Machado Neto e a Dra. Ceci Castilho Custódio; que também levarão trabalhos produzidos por Mariane Marangoni Hengling e Silvério Takao Hosomi.

A bióloga, que agora passa a ostentar o título de mestre em Agronomia, apresentou no resumo de sua dissertação informações de que as sementes de orquídeas são diminutas e constituídas, em grande parte, por lipídeos. Isso as torna modelo ideal para estudos de deterioração, em razão de que grandes populações podem ser trabalhadas em pequenas amostras. A deterioração controlada é um tratamento que apresenta controle do teor de água das sementes durante o envelhecimento. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da deterioração controlada sobre sementes de orquídeas; conduzido pela primeira vez em cinco espécies: Cattleya brevicaulis; C. tenebrosa; C. amethystoglossa; C. tigrina; e Encyclia granítica.

Todas as espécies de orquídeas foram submetidas a três temperaturas: 41ºC, 43ºC e 45ºC, durante diferentes períodos. Foram avaliadas as variedades de germinação total, índice de velocidade de germinação, teste de tetrazólio e testes bioquímicos. A germinação total, o índice de velocidade de germinação e o teste de tetrazólio foram mais eficientes para detectar as variações nas sementes deterioradas.