Preocupadas em encontrar soluções para este tipo de problema, a pesquisadora da Unicesumar Sônia Tomie Tanimoto, doutora em química, juntamente com a arquiteta Roberta Mertz, sua orientanda no mestrado de Tecnologias Limpas, resolveram desenvolver um experimento com plantas capazes de fazer a limpeza do solo contaminado com tais materiais.
O experimento começou a ser desenvolvido em março passado e vai se estender até final do ano, quando poderão apresentar os resultados conclusivos desse trabalho. O experimento, conhecido como fitorremediação, consiste em analisar plantas cujas raízes absorvam os materiais tóxicos existentes no solo.
Segundo explicam as pesquisadoras, alguns desses produtos funcionam como alimento para as plantas, daí a vantagem do experimento, que vai servir para a dissertação de mestrado de Roberta Mertz.
As espécies testadas são a Citronela, Hortelã, Espada de São Jorge, Serpente ou Clorofito, Trapoeraba Roxa e Érica. As seis espécies estão sendo observadas em um viveiro no campus da Unicesumar. Para cada uma, foram plantados quatro vasos. Enquanto em um, a terra é mantida natural, nos outros, são testadas três diferentes quantidades dos produtos. Desta forma, as pesquisadoras conseguem avaliar o desenvolvimento das plantas em cada tipo de composto.
A ideia da pesquisa surgiu quando Roberta, que é arquiteta e trabalha com paisagismo, entrou para o mestrado. Ela conta que a princípio não tinha ideia de que tema desenvolver e, em contato com a professora Sônia, recebeu a proposta de fazer esse experimento como forma de aplicar em seu próprio segmento.
“Vejo essa pesquisa com muita utilidade porque haverá uma possibilidade imensa de aplicação em áreas das mais variadas finalidades”, disse a estudante do mestrado. Roberta cita como áreas possíveis de utilização dessas plantas, todas aquelas onde existe contaminação, como antigos lixões ou áreas de fundo de vale que passem por revitalização.
As espécies testadas são bastante comuns na região Norte do Estado e, de acordo com Roberta, conseguem compor muito bem um projeto paisagístico com diferentes texturas e tons de coloração. “Isso só mostra o quanto esta pesquisa poderá ser útil para o meio ambiente”, observa Roberta.
Por outro lado, a professora Sônia Tanimoto explica que elas escolheram testar o chumbo porque já existem estudos que mostram que este material estimula a produção de óleo nas plantas. “Estamos aplicando o chumbo tanto na hortelã quanto na citronela. Aumentar a produção de óleo na citronela (planta da qual se produz repelentes) significa, por exemplo, termos um potencial maior de produzir um repelente que é capaz de afastar o mosquito da dengue”, concluiu.