que apresentaram resultados de pesquisas e discutiram oportunidades de colaboração nas áreas de Energia, Ciência dos Materiais, Educação e relações Estado-sociedade.
Em sua apresentação sobre os desafios para a segurança dos alimentos no século 21, Bernadette Gombossy de Melo Franco, coordenadora do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC, na sigla em inglês) – um dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP –, destacou a evolução no gerenciamento da qualidade e da segurança dos alimentos.
Entre as linhas de pesquisa desenvolvidas no centro estão Sistemas Biológicos em Alimentos, que inclui estudos sobre microrganismos presentes em frutas e vegetais brasileiros; Alimentos, Nutrição e Saúde, para a aplicação desses componentes para a promoção da saúde humana; e Novas Tecnologias e Inovações, voltada a embalagens e conservação.
“O principal desafio do centro é investigar formas de garantir alimentos seguros, que não causem danos à saúde dos consumidores”, disse Bernadette Franco, que também é professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP). De acordo com a pesquisadora, “a pesquisa deve contribuir para lidar com os riscos das mudanças ambientais e tecnológicas resultantes da atividade humana no planeta”.
Um dos fatores que geram esse estado de atenção são mudanças na demografia mundial. O aumento da população do planeta, com previsão de chegar a 10 bilhões de pessoas em 2050, tem favorecido a propagação, nos alimentos, de agentes infecciosos e microrganismos. Outro ponto importante, segundo a pesquisadora, é o aumento na população da parcela de idosos, cuja suscetibilidade aos patógenos é maior.
A obesidade e as doenças crônicas a ela relacionadas também contribuem para o aumento da suscetibilidade aos agentes patogênicos presentes em alimentos. Além disso, há o risco decorrente da expansão do comércio internacional e da globalização da indústria de alimentos, que utiliza em sua composição ingredientes provenientes de diferentes países.
Projetos em andamento no Centro de Pesquisa em Alimentos investigam ainda a contaminação pela bactéria salmonela e o gerenciamento de risco alimentar, explorando compostos antimicrobianos produzidos por microrganismos e pelas interações entre eles.
Os resultados poderão ser aplicados na produção de enzimas para reduzir a alergenicidade a proteínas do leite, por exemplo, e para investigar a capacidade de bactérias presentes em alimentos produzirem vitaminas, como riboflavina, para aumentar o valor nutricional desses produtos.
Políticas para a saúde e a agricultura
Josette Lewis, assessora do comitê diretor do World Food Center da UC Davis, destacou o objetivo de expandir o impacto da pesquisa realizada nessa área e de criar soluções sustentáveis para a agricultura.
Criado em 2013, o centro americano reúne lideranças científicas da universidade e representantes de empresas e da sociedade com o objetivo de promover parcerias entre os setores público e privado. As equipes trabalham para aumentar a capacidade de pesquisa na área de alimentos e o impacto de seus resultados na definição de políticas públicas para o setor.
Outra meta é difundir o conhecimento gerado na UCD nas áreas de Engenharia, Agricultura e Meio Ambiente para ampliar a promoção de uma dieta saudável na população.
“Também estamos trabalhando com diversos grupos de pesquisa na universidade para aumentar a eficiência no uso de energia e água, desenvolvendo soluções que possam ser aplicadas na agricultura e na indústria de alimentos para aumentar a sustentabilidade dessas atividades”, disse Lewis.
Uma linha de atuação do World Food Center da UCD tem foco na melhoria da eficiência energética na atividade agrícola da Califórnia. Responsável por mais de 50% da produção agrícola dos Estados Unidos, o estado emprega seis vezes mais energia na agricultura do que em outros setores da economia.
Agência FAPESP