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A mais recente edição da revista Nature Genetics, publicada em setembro, destaca o crescimento da pesquisa genômica brasileira aplicada à agricultura e chama a atenção para a necessidade de se aumentar o impacto internacional dessa pesquisa. A publicação relata a expansão da pós-graduação em agronomia, biologia molecular de plantas e em biotecnologia para exemplificar o crescimento da área no Brasil, mas alerta que a produção científica precisa priorizar o aumento do seu impacto na comunidade científica global para continuar a crescer.
“A publicação de pesquisas com impacto internacional será uma das chaves para manter e exportar o sucesso da sua aplicação na produtividade agrícola”, diz o editorial.

A Nature Genetics destaca também a participação de pesquisadores brasileiros em trabalhos colaborativos internacionais, como na pesquisa sobre diversidade de abelhas publicada na mesma edição da revista, no artigo A worldwide survey of genome sequence variation provides insight into the evolutionary history of the honeybee Apis mellifera.

Um dos autores do artigo é Zilá Luz Paulino Simões, professora na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e coordenadora do Projeto Temático “Análise causal do desenvolvimento de Apis melífera”, apoiado pela FAPESP.

De acordo com a Nature Genetics, “os genomas de abelhas africanizadas e sua maior resistência a doenças, além de vantagens reprodutivas e na defesa de colônias, podem ser de grande interesse científico para pesquisadores da América do Sul”.

Para a Nature Genetics, não há críticas quanto à produtividade dos biólogos brasileiros, mas a cobrança por muitas publicações em diferentes periódicos estaria comprometendo o aumento do impacto de suas pesquisas na comunidade internacional.

“Como já recomendamos em outros países, encorajamos os responsáveis por avaliar e premiar os pesquisadores no Brasil a considerar o valor crescente de publicações brasileiras para a comunidade internacional e o valor acrescentado da investigação em colaboração, para que possamos aprender com seus cientistas e trabalhar melhor em conjunto. Isso pode significar menos publicações, mas estes terão mais leitores e usuários”, destacou o editorial.

A revista cita uma série de abordagens brasileiras em genética para exemplificar o crescimento da pesquisa na área no país – entre elas, temas apresentados no 60º Congresso Brasileiro de Genética, realizado em agosto, no Guarujá, litoral paulista. “A perspectiva dos participantes sobre o conhecimento genético e genômico abriu a complexidade da biota da América do Sul de maneira interessante.”

A Nature Genetics ressalta ainda o cultivo de cana-de-açúcar como importante área para pesquisas genéticas com aplicações agrícolas, especialmente na produção de bioetanol como combustível tropical sustentável, e o trabalho de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como “decisivo para tornar o Brasil um importante exportador agrícola”.

Em 2015, o Brasil sediará o Congresso Internacional de Biologia Vegetal Molecular e, pela primeira vez na América Latina, o meeting Evolution, promovido pelas entidades Society for the Study of Evolution, Society of Systematic Biologists e American Society of Naturalists. Para a Nature Genetics, um sinal da “crescente confiança que o mundo tem em aprender com a experiência e o entusiasmo dos pesquisadores brasileiros em ciências biológicas”.

O editorial pode ser lido em www.nature.com/ng/journal/v46/n10/full/ng.3115.html.

Agência FAPESP