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Com cerca de 305 km de fibras óticas e 85 pontos de conexão interligando 51 instituições de pesquisa, acaba de ser inaugurada, nesta quinta-feira, 5 de junho, a maior infraestrutura de transmissão de dados para atender projetos acadêmicos e científicos em região metropolitana de toda a América Latina: a Rede Rio Metropolitana ou Redecomep-Rio. A ela, somam-se 28 pontos da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, outros 31 das estações do Metrô Rio e dois da Supervia, conectando ao todo 146 pontos de acesso.
Desenvolvida pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), ela é parte do projeto nacional Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), que vem implantando acesso à internet de altíssima velocidade em instituições acadêmicas de todo o país. No estado do Rio, o projeto está sob a responsabilidade da a RedeRio/FAPERJ, que completou 22 anos de existência no mês de maio.

A cerimônica teve lugar no Auditório Pedro Calmon, no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e contou com a presença de autoridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do governo do estado e da prefeitura do Rio de Janeiro, além de reitores e diretores da instituição de ensino e pesquisa e outras organizações parceiras e usuárias da rede.

Para o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Tande Vieira, a iniciativa só comprova que o Rio de Janeiro tem avançado bastante sua infraestrutura na área de pesquisa e inovação. "Nos últimos dois anos, 16 dos vinte centros de pesquisa instalados no Brasil vieram para o nosso estado, que já conta com a maior concentração de pós-doutores no País. Já temos programados, até 2016, investimentos de cerca de R$ 235 bilhões na área. Esse é um momento histórico", animou-se o secretário.

Segundo o diretor de operações e serviços da RNP, José Luiz Ribeiro Filho, atualmente a RNP tem um canal próprio de 40 GBp/s, que se interliga com cerca de oitocentos campus de universidades e centros de ensino, pesquisa e cultura no Brasil, mantendo conexões com as redes acadêmicas na América do Sul e do Norte e da Europa. "Só a FAPERJ sozinha mantém um canal próprio de 3 Gb/s com a internet mundial, que até o final do ano será aumentado para 10Gbp/s. Tudo isso contribuirá ainda mais para a cooperação científica entre pesquisadores brasileiros com cientistas de outros países", destacou.

Como explicou o coordenador técnico da Redecomep-Rio e de engenharia e operações da RedeRio/FAPERJ, e pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Márcio Portes de Albuquerque, a rede tem um anel ótico central (backbone central) na velocidade de 10 gigabits por segundo (Gb/s), composto por nove Pontos de Presença (PoPs), em tecnologia DWDM (Multiplexação Densa por Divisão de Comprimento de Onda). "Todas as instituições da rede estão interligadas ao backbone central a uma velocidade de pelo menos 1 Gb/s, em fibra óptica com a capacidade de transmitir dados por dois caminhos distintos, na chamada dupla abordagem. Isso garante maior segurança e estabilidade de conexão, pois se um percurso sofrer avarias, os dados circularão automaticamente pelo outro caminho", explicou Albuquerque. Ele ainda destaca as vantagens do uso da tecnologia DWDM, que permitirá à rede atingir uma capacidade de comunicação agregada de até 2 Terabits por segundo (Tb/s), ou seja, aproximadamente 2 mil Gigabits de informação por segundo em seu backbone.

Com as novas conexões, as instituições terão um ganho significativo de velocidade no acesso à Internet. "Em algumas delas, será 40 vezes maior do que a velocidade anterior. Em todos os casos, é bastante perceptível o ganho em tempo no acesso aos sites ou na transferência de arquivos", afirmou Albuquerque. "Com isso, abre-se espaço para o desenvolvimento de projetos que exijam essa infraestrutura, tais como ensino a distância, telemedicina/telessaúde, participação remota em experimentos nacionais e internacionais, computação distribuída e grids computacionais, videoconferência de alta definição, bancos de dados com compartilhamento de grandes volumes de informação, segurança ativa de rede, entre outros", acrescentou.

Márcio afirmou ainda que os nove Pontos de Presença (PoPs) já foram instalados e o anel de 10Gbps já é uma realidade. São PoPs o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que também é responsável pela operação da rede física e lógica, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a própria RNP, a prefeitura do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj). "Os PoPs da RedeRio Metropolitana cederam espaço e infraestrutura para instalação de racks e equipamentos de alto desempenho para formar o backbone central, garantindo, por meio de anéis regionais, a conexão de todas as outras instituições à rede", explica Albuquerque. "O projeto também reservou pares de fibras óticas para a UFRJ, Uerj, Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro (UniRio), Cefet-RJ, Instituto Nacional do Câncer (Inca), Fiocruz e Colégio Pedro II poderem interligar todos seus campi em alta velocidade", complementou.

Já o diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Fernando Lázaro Freire Júnior explicou que atualmente a ciência passa por um período de grandes conjuntos de dados que precisam ser transmitidos em alta velocidade. "Aqui no CBPF temos um sistema de computação de alto desempenho, em que recebemos enormes quantidades de dados científicos vindos da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern), que são processados e enviados a nossos pesquisadores nas áreas de Astrofísica e Física de Altas Energias. Com a Redecomep-Rio, ganharemos velocidade, melhoraremos o desempenho e o tempo de processamento de dados para nossos pesquisadores", destacou.

A diretora de informática da Uerj, Lucia Oliveira, chamou a atenção para a importância de uma internet de altíssima velocidade nas instituições de ensino e pesquisa. "Hoje, em nosso cotidiano de trabalho, não fazemos nada sem internet. Essa melhora na conexão servirá para agilizar o tempo de resposta e a performance no nosso trabalho", afirmou.

Para o presidente do comitê gestor da Redecomep-Rio, coordenador geral da RedeRio/FAPERJ e pesquisador da Universidade Federal do rio de Janeiro (UFRJ), Luís Felipe de Moraes, as empresas que oferecem serviços de conectividade à internet disponibilizam e cobram aos seus clientes de acordo com a velocidade desejada. "Caso haja necessidade de aumento da velocidade de acesso, os usuários precisam contratar outro serviço junto às empresas, o que é bastante oneroso. Além disso, em muitas regiões as operadoras só são capazes de atender a no máximo, uma determinada velocidade", destacou Moraes. No caso da Rede Rio Metropolitana, as instituições ganharão gratuitamente a fibra ótica apagada e poderão adquirir a velocidade que desejarem, sem depender de intermediários prestadores de serviço. Para isso, elas precisarão firmar uma parceria para dividir os custos da manutenção da rede, o que está sendo debatido atualmente. "Garantimos um mínimo de 1 Gb/s, mas as instituições terão autonomia para utilizar a velocidade que desejarem. Para isso, bastará trocar a placa de rede por outra mais potente", complementou.

No Rio de Janeiro, a Redecomep-Rio foi implementada por um consórcio, que une a Rede-Rio/FAPERJ, a própria RNP, a prefeitura do Rio de Janeiro e as empresas Metrô-Rio, Linha Amarela S.A, Light e Supervia Trens Urbanos. "As parcerias firmadas viabilizaram a cessão de direito de passagem para o lançamento de cabos óticos e o uso de infraestrutura existente (dutos e postes), maximizando o investimento na construção de infraestrutura adicional", explicou Albuquerque. "Além dos benefícios para as instituições acadêmicas já citadas anteriormente, o projeto também se estende a escolas e hospitais estaduais e às próprias empresas parceiras participantes", concluiu.

Assessoria de Comunicação FAPERJ