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Os esforços realizados para disseminar a utilização industrial de nanotubos de carbono de paredes múltiplas – material em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro) com diversas camadas ou tubos concêntricos de grafite – contribuíram para diminuir seu preço de US$ 45 mil o quilograma (kg) no início dos anos 2000 para US$ 100 o kg. Além disso, também possibilitou que a produção do material aumentasse em várias centenas de toneladas por ano e que sua aplicação se estendesse para aplicações comerciais como em baterias de íons-lítio – o tipo de bateria recarregável mais utilizada em aparelhos eletrônicos.
Mas a produção e a utilização de nanotubos de carbono em escalas de milhões de toneladas ainda estão longe de ser alcançadas por causa dos desafios existentes na produção, purificação, dispersão e aplicação comercial do material.

A avaliação foi feita por Fei Wei, diretor do Laboratório de Engenharia de Reação de Química Verde de Beijing, durante palestra no Simpósio Brasil-China para Colaboração Científica – FAPESP Week Beijing , realizada na semana passada em Beijing, na China.

“Quando o preço dos nanotubos de carbono diminuir para cerca de US$ 10 o quilograma, poderá ser possível utilizá-los como compósitos condutores em uma escala de milhões de toneladas e substituir as cargas de negro de carbono convencionais utilizadas hoje”, estimou Fei, que também é professor da Tsinghua University, na China.

De acordo com o pesquisador, o conhecimento básico de mecanismos eficientes de crescimento e de rotas para a produção de nanotubos de carbono, além de questões ambientais, de segurança, e os modelos de comercialização do material ainda são insuficientes e devem ser mais bem explorados.

“O fosso existente hoje entre a pesquisa básica de nanotubos de carbono e o desenvolvimento industrial deve ser superado com pesquisa multidisciplinar, para possibilitar o rápido crescimento da indústria de nanotubos de carbono”, indicou Fei.

Agência FAPESP