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satellite cbersÀ 1h26 (horário de Brasília) desta segunda-feira (9/12) o satélite sino-brasileiro CBERS-3 foi lançado da base de Taiyuan, localizada na província de Shanxi (a 700 km de Pequim). O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Leonel Perondi, assistiu ao lançamento na base chinesa acompanhado do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, autoridades e especialistas do Programa CBERS.
No Brasil, o lançamento foi acompanhado por servidores do Instituto e convidados no Centro de Controle de Satélites do INPE, em São José dos Campos (SP).
 
Chefe do Centro de Rastreio e Controle do INPE, Pawel Rosenfeld manteve contato com os engenheiros do Instituto que estão na China e, por telefone, narraram a sequência de atividades para levar o CBERS-3 ao espaço.
 
Lançamento
 
O foguete chinês Longa Marcha 4B cumpriu perfeitamente todas as etapas previstas para colocação do satélite em órbita. O tempo total de voo até a injeção do CBERS em órbita foi de 12,5 minutos.
 
Quando atingido o ponto ideal da órbita, um comando liberou a trava do dispositivo que prendia o CBERS-3 ao foguete. O satélite, impulsionado por molas, afastou-se do lançador e entrou em órbita.
 
Em órbita, o CBERS-3 efetua uma revolução completa em torno da Terra a cada uma hora e quarenta minutos (100 minutos).
 
Programa CBERS
 
O Programa CBERS (sigla em inglês para China-Brazil Earth Resources Satellite), instituído em 1988 por Brasil e China para o desenvolvimento conjunto de satélites de observação da Terra, marcou o início de uma nova etapa no programa espacial brasileiro. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) é o responsável no Brasil pelo programa.
 
O CBERS-3 é o quarto satélite do programa. Já foram lançados: CBERS-1 (1999), CBERS-2 (2003) e CBERS-2B (2007). As imagens obtidas a partir dos satélites da série CBERS permitem uma vasta gama de aplicações – desde mapas de queimadas e monitoramento do desflorestamento da Amazônia, da expansão agrícola, até estudos na área de desenvolvimento urbano.
 
O Programa CBERS é um exemplo bem-sucedido de cooperação em matéria de alta tecnologia e é um dos pilares da parceria estratégica entre o Brasil e a China.
 
Graças à política de acesso livre às imagens, uma iniciativa pioneira do INPE, as imagens do CBERS são distribuídas gratuitamente a qualquer usuário pela internet, o que contribuiu para a popularização do sensoriamento remoto e para o crescimento do mercado de geoinformação brasileiro.
 
O INPE distribui cerca de 700 imagens por dia para centenas de instituições (mais de 70.000 usuários) ligadas a meio ambiente, uma contribuição efetiva ao desejado cenário de responsabilidade ambiental - um dos grandes desafios do novo século.
 
O satélite CBERS-3 representa uma evolução em relação aos anteriores. Neste satélite, a participação brasileira amplia-se para 50% - até então, cabia ao Brasil 30%, enquanto a China era responsável por 70% do programa -, elevando o País à condição de plena igualdade com o parceiro.
 
Política industrial
 
O CBERS é importante indutor da inovação no parque industrial brasileiro, que se qualifica e moderniza para atender aos desafios do programa espacial. A política industrial adotada pelo INPE permite a qualificação de fornecedores e contratação de serviços, partes, equipamentos e subsistemas junto a empresas nacionais. Assim, além de exemplo de cooperação binacional em alta tecnologia, o CBERS se traduz na criação de empregos especializados e crescimento econômico.
 
O CBERS-3 está equipado com um novo e sofisticado conjunto de câmeras, com desempenhos geométricos e radiométricos melhorados em relação aos CBERS-1, 2 e B. São quatro câmeras: Imageador de Amplo Campo de Visada (WFI), Imageador de Média Resolução (MUX), Imageador Infravermelho (IRS) e Imageador de Alta Resolução (PAN).
 
Uma importante inovação do CBERS-3 consiste na MUX, a primeira câmera para satélite inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil. Projeto dos mais sofisticados realizados no país, o desenvolvimento da MUX cumpre importante função do programa espacial brasileiro, que é a qualificação da indústria nacional.
 
Com 20 metros de resolução e multiespectral, a MUX câmera registra imagens no azul, verde, vermelho e infravermelho, em faixas distintas. Essas bandas espectrais têm funções bem calibradas visando seu uso em diferentes aplicações, principalmente no controle de recursos hídricos e florestais.
 
Mais informações no site www.cbers.inpe.br