Segundo Cunha, no futebol o goleiro lida com características muito específicas de preparo físico, técnico e tático. A movimentação para executar a defesa passa pelas fases de expectativa, primeiro passo e salto. O estudo procurou definir parâmetros para que o salto tenha melhor desempenho.
Os experimentos foram feitos com seis voluntários amadores (quatro goleiros e dois não goleiros), cada qual executando nove saltos. Cunha contou com a colaboração do grupo do professor Walter Herzog na University of Calgary, no Canadá, onde fez pós-doutorado.
O foco do estudo foi a potência do salto, variável importante para jogadores de futebol e atletas de outras modalidades. O modelo matemático usado envolveu uma rotina descrita no Matlab, software que faz cálculos com matrizes e relaciona conceitos básicos como determinar valor de máximo da curva e de área sobre a curva.
Cunha analisou o impulso e a chamada força-pico. Os saltos foram feitos em plataformas de força, que, segundo o pesquisador, podem ser levadas ao campo de treinamento para que técnico e atletas confiram o desempenho em termos da análise da curva de força no tempo e da área sobre essa curva.
Resultados preliminares do estudo apontam que os goleiros têm um aproveitamento muito maior de energia na hora do contato com o solo do que os não goleiros. Quando fazem o impulso, por exemplo, freiam muito menos o movimento, graças à técnica.
Cunha pretende colocar em prática o sistema com a análise de saltos de atletas de times profissionais. “Faremos análises de saltos utilizando goleiros brasileiros”, disse.
O pesquisador está aprimorando, junto com o professor Ricardo Torres, do Instituto de Computação da Unicamp, a quantificação dos padrões das curvas de saltos. Um novo estudo deve abordar o salto na hora do cabeceio no futebol, feito por um orientando de Cunha, a fim de entender como treinar melhor a potência dos membros inferiores.
Agência FAPESP