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Em vista, principalmente, dos grandes eventos esportivos que a cidade do Rio de Janeiro receberá nos próximos anos, pesquisadores e gestores públicos têm demonstrado preocupação com o possível aumento do crescimento não planejado de áreas de grande concentração urbana do município. A Zona Oeste, por exemplo, se encontra em plena expansão comercial e populacional, tanto por causa da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 quanto pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e pela expansão das atividades do Porto de Sepetiba, da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) e da Casa da Moeda, entre outros. Para minimizar problemas como o surgimento de favelas, aumento da violência, degradação ambiental e ocupação de morros e encostas, um projeto coordenado pelo engenheiro cartográfo Gilberto Pessanha Ribeiro vem possibilitando realizar um mapeamento digital da Zona Oeste, por meio de imagens de satélites de alta resolução e fotografias aéreas. O objetivo é fazer uma análise espacial da região sobre o uso produtivo da terra e de sua cobertura vegetal, que possa servir de base para o poder público planejar o crescimento de bairros, como Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz. A iniciativa foi uma das contempladas no edital de Apoio ao Desenvolvimento da Tecnologia da Informação no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ.

Pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ribeiro conta que os dados cartográficos disponíveis referentes à Zona Oeste eram pouco específicos e desatualizados. "Diante dos empreendimentos já em desenvolvimento e outros em fase de instalação, era necessário um mapeamento mais detalhado da região para planejar a expansão urbana e avaliar aspectos da infraestrutura local", diz.

Segundo o engenheiro, o projeto consistiu no desenvolvimento de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) que já permite produzir diversos tipos de mapas, em que seja possível, por exemplo, identificar as áreas de preservação ambiental ou aquelas degradadas ilegalmente; que mostrem também diferentes fluxos industriais, como escoamento de produção e a utilização de vias pelo transporte público; ou ainda detectem processos urbanos, como geração de empregos e assentamentos habitacionais. "Esses dados podem ser consultados por uma empresa para orientar investimentos em uma nova filial, ou ajudar a prefeitura a decidir o local para a eventual construção de um hospital", exemplifica.

O SIG associa dados socioeconômicos da Zona Oeste do Rio de Janeiro, disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), com imagens em alta resolução da região, produzidas pela Globalgeo Geotecnologias, empresa especializada na geração de produtos nas áreas de geoprocessamento e geomática. As imagens, explica o pesquisador, são corrigidas digitalmente, pelo método conhecido como ortorretificação, a fim de que não apresentem deformações causadas pela perspectiva, pela altitude ou pela velocidade com que se move a câmera. "Essa metodologia é importante porque permite realizar medições exatas, trabalhando com as imagens em escala maior, no computador", explica Ribeiro.

Os bairros da Zona Oeste estão entre os dez da capital fluminense que mais se valorizaram em decorrência das obras e investimentos realizados visando à Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Junto com a valorização, a região está se tornando um novo polo industrial e de geração de empregos. Segundo o pesquisador, o projeto de cartografia da Zona Oeste foi desenvolvido com dados e imagens de 2011. "Agora, seria interessante que a prefeitura se encarregasse de atualizar constantemente dados e imagens, para que a ferramenta possa acompanhar o desenvolvimento da região e continuar servindo de base à expansão imobiliária e urbana", defende Ribeiro. Ele afirma que os mapas podem ser acessados no site http://globalgeosig.com.br/tizo/ e já estão sendo empregados pelo IPP, pelo Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Os dois últimos o tem utilizado para direcionar empresas a se instalarem na Zona Oeste, como o laboratório de diagnóstico Sergio Franco e o hotel Ibis.

Assessoria de Comunicação FAPERJ
Elena Mandarim