A resposta está na energia escura, um dos maiores mistérios da física atual.
A DECam é a câmera mais poderosa já construída, capaz de registrar a luz de 100 mil galáxias situadas até uma distância de 8 bilhões de anos-luz em cada imagem coletada.
O equipamento possui uma matriz com 62 CCDs com sensibilidade sem precedentes na região vermelha do espectro eletromagnético, que juntamente com o telescópio Blanco, com espelho coletor de 4 metros de diâmetro, que está localizado no Cerro Tololo Inter-American Observatory (CTIO), no Chile, permitirá estudar desde asteroides do sistema solar até compreender a origem e o destino do Universo.
Os cientistas da colaboração DES usarão esta câmera para o maior levantamento de galáxias jamais feito. Os dados serão usados para sondar os efeitos da energia escura por meio de estudos de aglomerados de galáxias, supernovas, estruturas em grande escala das galáxias e do efeito de lentes gravitacionais fracas. Será a primeira vez que um experimento poderá utilizar esses quatro métodos.
O levantamento começa em dezembro, após todos os testes da DECam. Por cinco anos, o DES vai produzir imagens detalhadas em cores de um oitavo do céu para descobrir e medir 300 milhões de galáxias, 100 mil aglomerados de galáxias e 4 mil supernovas, entre outros.
O Brasil participa do DES por intermédio do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), sediado no Observatório Nacional (ON), no Rio de Janeiro, que foi criado para dar apoio em projetos de levantamentos de grande porte, como o DES.
Pesquisadores do Estado de São Paulo também participam da colaboração por meio de projetos de pesquisa realizados com apoio da FAPESP.
“As características de um levantamento desse porte exigem recursos computacionais e infraestrutura de armazenamento, processamento e distribuição de dados que não podem ser replicados nas instituições dos participantes”, disse Luiz Nicolaci, coordenador do DES-Brasil e idealizador do LIneA.
Após o período de tempo de propriedade exclusiva da colaboração, os dados do levantamento serão disponibilizados para a toda a comunidade científica, e o Centro de Dados do LIneA será um dos pontos de sua distribuição.
“Além de um portal científico para análise dos dados do DES, somos responsáveis por prover o software que faz a redução das imagens obtidas pela DECam, a ser utilizado junto ao telescópio no momento da obtenção dessas imagens”, afirmou Nicolaci.
Mais informações: des-brazil.linea.gov.br/.
Agência FAPESP