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Produzida pelo organismo humano, a proteína anexina-1 apresenta diversos papéis fisiológicos, sendo o principal o de conter processos inflamatórios. Um trabalho de doutorado, realizado no Laboratório de Imunomorfologia da Unesp de São José do Rio Preto, mostrou mais um importante papel da anexina-1: a antiproliferação de tumores. A pesquisa analisou a interação entre a proteína e as células do câncer de laringe.
O estudo foi realizado pela bióloga Thaís Santana Gastardelo, pesquisadora do Instituto de Biociência, Letras e Ciências Exatas (Ibilce) da Unesp de Rio Preto e doutoranda da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ele teve a orientação da professora do Ibilce Sonia Maria Oliani, que também é professora credenciada da pós-graduação da Unifesp.

Durante a pesquisa, foram realizados experimentos com a anexina-1 em células tumorais recolhidas de amostras de vinte pacientes do Hospital de Base de São José do Rio Preto e também em células tumorais de laringe humana cultivadas in vitro. No primeiro caso, as biólogas descobriram que nas amostras ocorre a baixa expressão da anexina-1. Ao administrar anexina-1 nas células cultivadas, as cientistas identificaram que a proliferação do tumor diminui, o que mostra o potencial dessa proteína na contenção do câncer de laringe.

“Além dessa importante constatação, o estudo verificou, pela primeira vez na literatura, que o receptor FPRL1, que permite à anexina-1 agir no organismo humano, está presente na célula tumoral”, destaca Thaís. “Isso significa que, uma vez que a anexina-1 tem papel de conter a proliferação do tumor e que há nas células tumorais um receptor para deixá-la agir, é viável a criação de drogas que se baseiem nessa interação para tratar pacientes com câncer de laringe”, afirma.

Tendo como vítimas predominantemente os homens, o câncer de laringe é um dos mais comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Recentemente, ganhou mais destaque na mídia por ter acometido o ex-presidente Lula. Os principais fatores de risco são fumo e consumo excessivo de álcool. Segundo Thais, os vinte pacientes que forneceram amostras para o estudo eram fumantes e usuários de bebidas alcoólicas.

Reconhecimento

O estudo conquistou publicação sobre a interação anexina 1- receptor FPRL1 na revista The American Journal of Pathology, considerada de alto impacto e, agora, o Prêmio José Carlos Prates durante o XIV Congresso do Programa de Pós-Graduação em Morfologia da UNIFESP/EPM, realizado em 2 de dezembro em São Paulo (SP).

Além de Thaís e Sonia, são autores do estudo premiado os pesquisadores Flávia Rodrigues Lisoni, Eloíza Tajara, Luís Raposo, José Victor Maniglia e Patrícia Cury.

Ligyia Aliberti, da Assessoria de Imprensa do Ibilce / Rio Preto