Na América do Sul participaram pessoas da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala e México. As conclusões foram publicadas nesta quarta-feira (11/01) no European Heart Journal.
“Poucos estudos até agora focaram nos diferentes aspectos da atividade física tanto durante o trabalho como nos momentos de lazer em relação ao risco de ataques cardíacos”, disse Claes Held, do Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, um dos autores do estudo.
“Os resultados indicam que a atividade física leve ou moderada durante o trabalho ou em qualquer nível durante os períodos de lazer reduzem os riscos de infarto, independentemente de outros fatores de risco tradicionais, em homens e mulheres de todas as idades, na maior parte das regiões do mundo e em países com diferentes rendas per capita”, disse.
Os cientistas compararam os hábitos de 10.043 pessoas que tiveram infarto com os de 14.217 outros que não experimentaram o problema. Os resultados do estudo levaram em consideração diversos fatores que podem contribuir com aumento nos riscos de desenvolver problemas cardiovasculares, como idade, renda, consumo de álcool e de bebida alcoólica e dieta.
O estudo verificou que pessoas cujos trabalhos envolvem a realização de atividades físicas leves ou moderadas apresentaram risco de 11% a 22% menor de ter um infarto em comparação com aqueles cujas ocupações são eminentemente sedentárias. Entretanto, a atividade física pesada durante o trabalho não apresentou menor risco.
Durante os momentos de lazer, o risco de infarto se mostrou menor para todos os níveis de exercício quando comparados com o sedentarismo, reduzindo de 13% (para atividades físicas leves) a 24% (para atividades moderadas ou intensas).
De acordo com o estudo, qualquer atividade física é melhor do que sua ausência. Mesmo entre aqueles que se exercitavam nos momentos de lazer muito menos do que o indicado apresentaram menor risco de desenvolver infarto do que os totalmente sedentários.
Pessoas que tinham tanto automóvel como televisor em casa apresentaram um risco 27% maior de ter infarto do que aqueles que não possuíam nenhum dos bens.
O estudo observou que menos pessoas praticavam atividades físicas em momentos de lazer em países mais pobres do que nos mais ricos. “Isso pode ser explicado em parte por diferenças em educação e em outros fatores socioeconômicos ou culturais”, disseram os autores.
“Manter-se em forma durante a vida é uma das formas mais simples, baratas e eficientes de evitar problemas coronários”, concluíram.
O artigo Physical activity levels, ownership of goods promoting sedentary behaviour and risk of myocardial infarction: results of the Interheart study (doi:10.1093/eurheartj/ehr432), de Claes Held e outros, pode ser lido por assinantes da European Heart Journal em http://eurheartj.oxfordjournals.org..
Agência FAPESP