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aidsNo início da década de 80, a AIDS, sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, surgiu como uma doença terrível. Receber a notícia sobre a presença do HIV no sangue, vírus responsável pela doença, era praticamente uma sentença de morte. Passados 30 anos, as terapias avançaram e os pacientes conseguem conviver com o vírus, mas a doença ainda desafia os pesquisadores.
Estudo recente divulgado pela revista científica Nature lança luzes sobre a cura da doença e aponta caminhos para pesquisadores do mundo todo, inclusive da Universidade de Brasília, que desenvolvem estudos semelhantes.

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, conseguiram neutralizar a ação do HIV a partir de anticorpos produzidos nas células musculares de camundongos. “O que eles conseguiram foi levar para dentro das células musculares do animal o DNA que faz produzir o anticorpo. Esse anticorpo entra na corrente sanguínea e acaba neutralizando o vírus”, explica o professor de Biologia Molecular Marcelo Brígido. No corpo humano, o vírus não atinge os músculos. “O potencial da descoberta é grande”, afirma Tainá Alencar, doutora em Biologia Genética e professora da especialidade na Universidade de Brasília. Leia aqui a matéria da Nature sobre a pesquisa do Caltech.

Agora a equipe de pesquisadores precisa aprimorar esse processo para debelar completamente o vírus em camundongos. O passo seguinte é testar o procedimento em humanos. “Eu acredito que nos próximos dez anos conseguiremos uma terapia definitiva para debelar a AIDS”, acredita Marcelo Brígido.

O professor lidera grupo de pesquisa da UnB que desenvolve anticorpos neutralizantes de HIV. “Em nosso laboratório também tentamos neutralizar o vírus e impedir que ele infecte uma célula”, contou o professor. O professor integra o Instituto de Investigação em Imunologia, um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) criado em 2002 e integrado por pesquisadores de todo o país. “Já temos diversos estudos na área, mas para a aplicação das pesquisas ainda estamos no início”, pondera. Saiba mais aqui sobre o grupo de pesquisa.

VACINA – Tainá Alencar afirma que o desenvolvimento de novas técnicas tem sido crucial para garantir o avanço das pesquisas. “As técnicas clássicas não têm se mostrado eficazes”, diz a bióloga. Ela explica que o HIV é um vírus bastante mutável e com uma variabilidade genética muito grande. “Essa é a grande dificuldade de encontrar uma cura”, explica a professora. “Os anticorpos das vacinas são muito específicos e não conseguem reconhecer todos os vírus porque eles são muito diferentes entre si”, esclarece. Segundo Marcelo Brígido, as pesquisas buscam uma vacina que seja ao mesmo tempo preventiva – para aqueles que ainda não são portadores – e curativa – para aqueles que já contraíram o HIV.

No Brasil, o primeiro diagnóstico de AIDS é de 1982, mesmo ano em que se convencionou que os principais fatores de transmissão são o contato sexual, o uso de drogas e a exposição ao sangue e seus derivados.

Com o objetivo de incentivar jovens entre 15 e 30 anos a usarem preservativos em suas relações sexuais, alunos da Faculdade de Comunicação expõem cartazes lembrando os 30 anos da AIDS. Coordenada pela professora Christina Maria Pedrazza, a mostra vai até o próximo dia 9 no subsolo da Biblioteca Central.

Para mais informações sobre a AIDS, clique aqui

UnB Agência