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O laboratório de geocronologia do Instituto de Geociências (IG) da Universidade de Brasília está entre os mais importantes do mundo na pesquisa sobre recursos minerais, como o petróleo.  O reconhecimento desse trabalho foi enfatizado nesta segunda-feira 28, durante visita técnica de inauguração de oito novos equipamentos. O investimento, com recursos da Petrobrás, soma R$ 15 milhões.
A comitiva foi liderada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, o diretor de exploração e produção da Petrobrás, Guilherme Estrella, o reitor José Geraldo de Sousa Junior, além representantes da Presidência da República, do Ministério de Minas e Energia (MME) e de outros órgãos que lidam com a questão minerária.

Desde 2004, o laboratório compõe uma rede nacional – a Rede Geochronos – que articula nove instituições de pesquisa, empresas e órgãos governamentais envolvidos nas áreas de mineração, petróleo e estudo geoambiental.

Os pesquisadores analisam a evolução geológica de rochas, sedimentos e até matéria orgânica, por meio de equipamentos com alta resolução e precisão de informações. “A identificação de eventos geológicos é muito importante para localizar pontos de acumulação de petróleo, por exemplo”, explicou Guilherme Estrella. Atualmente, a UnB produz, só para a Petrobrás, mais de 200 dados por dia contendo análises de sedimentos minerais.

Entre os aparelhos adquiridos, o SL, conhecido como desagregador de rochas, é o único disponível em toda a América Latina. Ao custo de R$ 500 mil, a máquina aplica choque elétrico de 200 mil volts em amostras geológicas para separar fragmentos de rochas e possibilitar a análise detalhada das formações.

De acordo com Roberto Ventura, professor-pesquisador e coordenador do laboratório, os investimentos em aparelhos e estrutura das instalações chegam a R$ 30 milhões, após a constituição da Rede Geochronos. São recursos oriundos principalmente das parcerias com a Petrobrás e órgãos ligados aos ministérios da Ciência e Tecnologia e das Minas e Energia “É um espaço que atrai pesquisadores de qualquer parte do mundo”, destacou Ventura.

Segundo o professor, o IG aprovou um projeto entre a universidade e a Comunidade Européia, no valor de dois milhões de euros (cerca de R$ 4,9 milhões), para o pagamento de pesquisadores com doutorado e pós-doutorado que virão desenvolver pesquisas na UnB. “Com as condições que temos, não podemos mais ser coadjuvantes no processo de construção do conhecimento científico nessa área”, avaliou. Os pesquisadores virão ao país para serem capacitados pelos cientistas brasileiros que atuam no laboratório.

AMPLIAÇÃO – Os laboratórios de geocronologia da UnB têm sido reformados e ampliados ao longo dos últimos sete anos. No total, são 1,4 mil metros quadrados de instalações, divididas em cinco setores – desde salas de preparação do material até espaço para análise microscópica dos elementos formadores das rochas. Trata-se de um dos núcleos mais importantes do país na área de datação geológica. Os estudos visam determinar a idade absoluta, em milhões de anos, de rochas e minerais que constituem a crosta terrestre e que preenchem as bacias sedimentares, sítio da pesquisa e exploração de petróleo. Conhecer a idade das rochas é um balizador fundamental à atividade exploratória, tanto a petrolífera quanto a de outros bens minerais.

Para o ministro Aloizio Mercadante, é preciso estabelecer um compromisso com o saldo gerado pelos royalties do petróleo da Petrobrás, para dar continuidade ao avanço científico. “Pelo menos um terço desses recursos devem ser canalizados para o desenvolvimento de ciência e tecnologia”, defendeu. O ministro destacou o valor estratégico do laboratório da UnB e chegou a comparar as possibilidades do Brasil com a Noruega, que descobriu reservas de petróleo e pôde alçar sua população a um dos melhores índices de desenvolvimento humano do mundo.

PARCERIA – A cooperação entre agentes de Estado e as instituições acadêmicas é a receita do sucesso tecnológico, avaliam os especialistas. “A Petrobrás é a empresa petrolífera que mais investe em ciência, tecnologia e desenvolvimento”, destacou Guilherme Estrella, diretor da empresa. Dados da própria estatal informam que já foram investidos, ao longo dos últimos anos, mais de R$ 2,5 bilhões em tecnologia e inovação. As parcerias da empresa somam mais de 100 universidades e institutos de pesquisa no Brasil.

De acordo com o reitor da UnB, esse tipo de relação é crucial. “Há um compromisso estratégico e de caráter público, com autonomia, na aliança de uma agência de fomento de pesquisa como a Petrobrás”, elogiou José Geraldo.

UnB Agência