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“Se a galáxia NGC 3393 não estivesse tão próxima, não teríamos a chance de poder isolar os dois buracos negros da forma que conseguimos”, disse Pepi Fabbiano, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) in Cambridge, primeiro autor da descoberta descrita na revista Nature.
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Quando duas galáxias espirais de tamanhos semelhantes se fundem, estima-se que o resultado seja a formação de um par de buracos negros e de uma galáxia com aparência “bagunçada” e intensa formação de estrelas. Um exemplo conhecido pelos astrônomos é o do par de buracos negros na galáxia NGC 6240, a 330 milhões de anos-luz da Terra.
Entretanto, a NGC 3393 é uma galáxia espiral bem organizada, com sua região central dominada por estrelas velhas e não recém-formadas. Tais propriedades são consideradas inusitadas pelos cientistas.
Com tudo isso, a galáxia é a primeira conhecida na qual a fusão de uma galáxia grande com uma muito menor resultou na formação de um par de buracos negros supermassivos.
O par está recoberto por poeira e gás, o que torna muito difícil de ser observado por um instrumento óptico. Como os raios X são mais energéticos, eles podem penetrar no material obscuro. Segundo os cientistas, o espectro de raios X obtido pelo telescópio espacial Chandra mostra assinaturas claras dos buracos negros.
O artigo A close nuclear black-hole pair in the spiral galaxy NGC 3393 (doi:10.1038/nature10364), de G. Fabbiano e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
Mais informações: www.nasa.gov/chandra
Agência FAPESP