Os dados relativos a 2010 revelam que o número de homens que morreram ainda continua muito superior ao de mulheres, atingindo 82% do total. E quase metade das vítimas fatais eram pessoas na faixa etária entre 20 e 39 anos.
O aumento de vítimas durante a primavera também foi notável. Em 2010, morreram mais pessoas nessa estação (40%) do que no verão (36%). Na análise do período de 2000 a 2009 se constatou que 45% das pessoas morreram durante o verão, enquanto 32% morreram na primavera.
“Em parte, esse resultado reflete o fato de que as pessoas se preocupam menos com os perigos quando chega a primavera e se tornam mais conscientes dos cuidados que devem ter com a proximidade do verão, quando aumentam as tempestades e as notícias sobre mortes e danos causados por raios”, disse Osmar Pinto Junior, coordenador do Elat.
As circunstâncias em que as pessoas morreram também foram analisadas ao longo da última década, incluindo uma análise por região. Quase 61% das pessoas foram atingidas na zona rural e 29% das pessoas que morreram no Brasil estavam no Sudeste, região em que a maioria (17%) morreu por estar praticando atividades ligadas à agropecuária.
A segunda principal causa foi estar próximo a algum meio de transporte (e não dentro) durante uma tempestade, com 14% do total.
O estudo também evidencia que as circunstâncias em que ocorrem mortes por raios apresentam variações significativas em diferentes regiões do Brasil. A atividade agropecuária, por exemplo, atinge o maior percentual na região Sul, que é a mais tradicional do país nessa área. Já as regiões Norte e Nordeste apresentam os percentuais mais altos para a circunstância dentro de casa, o que provavelmente indica que muitas casas nessas regiões são de chão batido e, portanto, menos seguras.
Os dados são do próprio Elat, além do Departamento de Informações e Análise Epidemiológica (CGIAE) do Ministério da Saúde, da Defesa Civil, de veículos de imprensa e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Elat, o Brasil é um dos poucos países que dispõem de um mapeamento detalhado das circunstâncias das mortes por descargas elétricas atmosféricas, o que pode contribuir significativamente para aperfeiçoar as regras nacionais de proteção contra o fenômeno.
Mais informações: www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2583
Agência FAPESP