O professor José Domingos Fontana, coordenador da pesquisa e do Laboratório de Quimio/Biotecnologia de Biomassa da UFPR, explica que o maior apelo inventivo está na forma de preparação do FOS.
"Nós utilizamos catalisadores ácidos baratos e saudáveis, amplamente empregados nas indústrias de alimentos lácteos e de refrigerantes, que ficam incorporados no xarope de FOS ao final do processo", explica Fontana.
No caso, o FOS é obtido de raízes de dália e chicória, um processo considerado rápido e que não exige grande investimento e pode auxiliar na prevenção do câncer de cólon.
Utilização do produto
O FOS já é caracterizado como um importante auxílio na prevenção do câncer de cólon, além de facilitar a absorção de cálcio. Sua aplicação comercial ocorre principalmente em alimentos funcionais, como iogurtes e outros laticínios e bebidas, como refrigerantes e sucos de frutas.
"Isto é possível pelo fato do FOS ter aproximadamente 30% do poder edulcorante da frutose, podendo substituir a sacarose, presente na cana-de-açúcar, os adoçantes artificiais e a própria frutose, que está na composição de xaropes de amido", garante Fontana.
O mercado mundial de alimentos funcionais e nutracêuticos foi estimado, em 2010, em cerca de US$ 500 bilhões em todo o mundo. Somente no Japão, mais de 170 produtos desta série são tidos como "FOSHU" (Food for Special Human Use). Inulina e FOS têm seu lugar de destaque nesta lista, pois Bélgica, França e Alemanha, dentre outros países, já os fabricam ao uso de enzimas.
Patente na UFPR
Este duplo processo criado para a obtenção do FOS está protegido nacionalmente pelo pedido de patente de número PI 0703206-4, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), de 9 de julho de 2007, e em outros países através do PCT/BR2008/000177 (WO2009/06715), de 21 de agosto de 2008, em nome da UFPR.
De acordo com Fontana, o passo nacional continua sendo garantido e renovado por conta de recursos do laboratório, mas o segundo passo (internacional), embora mais importante e inicialmente garantido pelo extinto Núcleo de Propriedade Intelectual da UFPR, sofreu descontinuidade por conta da falta de recursos.
O professor Fontana, coordenador da pesquisa, esclarece que a principal intenção foi garantir a evolução de mais uma pesquisa básica na direção de produto de alto valor agregado, não apenas no sentido financeiro, mas pela sua utilidade para a saúde pública em geral, com a prevenção do câncer de cólon de idosos, além de crianças na primeira infância.
Assessoria de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná