Uma das preocupações é como detectar um possível vazamento desse dióxido de carbono injetado e fazer um diagnóstico mais efetivo do impacto ambiental. Pensando nisso, desde 2008, o Laboratório de Tratamento de Imagem e Geoprocessamento desenvolve uma metodologia para monitorar, via imagens de satélite, as áreas suspeitas de vazamento de CO2. O projeto conta com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foi testado em poços de petróleo da Bahia, onde o dióxido de carbono é injetado para que haja o aumento da pressão no campo, permitindo a extração do óleo residual (mais de 70% do petróleo existente no campo. Em condições normais esse percentual fica entre 30% e 40%). O coordenador do Laboratório, professor Regis Lahm, explica que, antes de o gás ser injetado em Triunfo, será feita a caracterização da vegetação em torno do poço por meio de diversos tipos de medições, como a altura das plantas, di âmetro do caule e área de cobertura, entre outras, obtendo uma padronização de como a vegetação se comporta. Os dados de campo são conciliados com imagens de satélite e coletados novamente após a injeção para verificar se houve alterações na paisagem. As imagens do local serão monitoradas em diferentes épocas do ano.
De acordo com o professor, cerca de um ano após a injeção do dióxido de carbono, podem ser notadas alterações, caso haja vazamentos. "Se houver o excesso de CO2 nas raízes das plantas, elas deixam de ter o seu funcionamento biológico normal, não fazem corretamente a fotossíntese e apresentam alterações, como tonalidade diferente e ângulo foliar (entre a folha e a superfície do solo) modificado", explica Lahm. Dependendo do local, pode haver a possibilidade de o dióxido de carbono escapar por falhas e fraturas na terra. Os pesquisadores escolheram as áreas de investigação com base em mapas geológicos que mostram onde estão essas falhas e fraturas, pois são áreas com mais chances de isso acontecer.
Em Triunfo as avaliações iniciaram em janeiro, numa zona predominantemente de mata nativa. Os testes feitos na Bahia foram prejudicados pelos desmatamentos causados por moradores da região, dificultando um diagnóstico mais detalhado. Futuramente essa tecnologia desenvolvida na PUCRS poderá ser utilizada pela Petrobras onde houver interesse da empresa.
Laboratório de Tratamento de Imagem e Geoprocessamento (LTIG)
O Laboratório, vinculado à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH), funciona desde 1995. Auxilia os usuários na preparação, organização e análise de dados geográficos e ambientais, utilizando a tecnologia do Sistema de Informações Geográficas. Informações coletadas em campo, mapas analógicos e dados de diferentes fontes são processados digitalmente e permitem ao usuário atualizar, analisar, estruturar e consultar bancos de dados georreferenciados de forma continuada e integrada.
Assessoria de Comunicação Social - PUCRS / ASCOM