
Estima-se que os ancestrais do homem moderno tenham inovado no uso do fogo para sobreviver aos rigores do clima europeu, com invernos desconhecidos na África, de onde emigraram.
O novo estudo, de Wil Roebroeks, da Universidade Leiden (Holanda), e Paola Villa, da Universidade do Colorado (Estados Unidos), aponta que o domínio do fogo só foi conseguido entre 300 mil e 400 mil anos atrás.
Os cientistas investigaram as evidências que apoiavam a capacidade de usar o fogo antes desse período em mais de cem locais na Europa e consideraram que não eram conclusivas. Segundo eles, o que se pode afirmar é que em sítios arqueológicos com menos de 400 mil anos foram encontrados artefatos e ossos que demonstram terem sido manipulados próximos a fogueiras.
Artefatos de sítios mais antigos, por outro lado, não indicam evidência de uso de fogo ou apontam tal evidência, mas de fogo atribuído a causas naturais, como a queima de galhos de árvores a partir da ocorrência de raios.
O estudo confirma que os neandertais dominaram o fogo e o usaram não apenas para se alimentar e aquecer, mas também podem tê-lo aplicado na melhoria de ferramentas feitas de pedra. Mas os neandertais passaram muito tempo no continente europeu antes de ter tal domínio.
O artigo On the earliest evidence for habitual use of fire in Europe (doi/10.1073/pnas.1018116108), de Wil Roebroeks e Paola Villa, poderá ser lido em breve por assinantes da PNAS em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1018116108.
Agência FAPESP