A novidade funcionou em camundongos infectados com citomegalovírus – tipo de vírus herpes comum em regiões pobres – em uma solução oral que não precisou ser injetada.
“Um número de vacinas, entre as quais para poliomielite e varíola, usam vírus vivos, mas enfraquecidos para fortalecer o sistema imunológico. Mas essa é a primeira vez que se consegue modificar geneticamente uma bactéria para o tratamento de uma infecção viral”, disse Fenyong Liu, um dos autores do estudo.
Os pesquisadores usaram a salmonela por se tratar de um organismo que sobrevive ao sistema digestivo humano, o que permite ser usada de modo oral, mais conveniente de ser administrado do que se inalada ou injetada.
O grupo usou uma linhagem da salmonela atenuada e conhecida como segura, que também é usada na vacina para febre tifoide. Como a salmonela invade facilmente celulas, os cientistas usaram o organismo para transportar ribossomos capazes de bloquear a atividade genética do citomegalovírus.
No estudo, os camundongos que receberam os ribossomos transportados pela salmonela viveram duas vezes mais do que os outros também infectados mas que não ingeriram a bactéria.
“O estudo se centrou no uso da salmonela e de ribossomos para combater infecções, mas, com mais estudos, esse método poderá ser usado eventualmente para tratar outras condições, entre as quais o câncer”, disse Liu.
O artigo Oral delivery of RNase P ribozymes by Salmonella inhibits viral infection in mice (doi/10.1073/pnas. 1014975108), de Fenyong Liu e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da PNAS em www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1014975108.
Agência FAPESP