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Um sistema de transporte programável em escala molecular foi desenvolvido por um grupo de cientistas das universidades de Kyoto (Japão) e Oxford (Inglaterra). A novidade foi descrita no domingo (6/2) na revista Nature Nanotechnology. Os pesquisadores não apenas criaram o sistema como conseguiram registrar seu funcionamento em tempo real. O trabalho abre mais um caminho para o desenvolvimento de modelos avançados de transporte de medicamentos ou de outros dispositivos moleculares. O sistema, que lembra um trem em monotrilho, tem como base as propriedades de automontagem do origami de DNA, uma dobradura do ácido desoxirribonucleico para criar formas em duas ou três dimensões em escala nanométrica.
Trem molecularO dispositivo consiste de um trilho de 100 nanômetros (bilionésimos de metro), motor e combustível. Por meio de microscopia de força atômica, os autores do estudo conseguiram observar em tempo real o motor se deslocando por toda a extensão do trilho em uma velocidade média de 0,1 nanômetro por segundo.

“O trilho e o motor interagem de modo a impulsionar o motor para a frente. Ao variar a distância entre os dormentes, por exemplo, podemos ajustar a velocidade”, disse Masayuki Endo, da Universidade de Kyoto, um dos autores do estudo.

Os pesquisadores estimam que os resultados da pesquisa terão implicações importantes para o desenvolvimento futuro de linhas de montagem programadas em nível molecular que poderão levar à criação de ribossomos sintéticos.

“As técnicas de origami de DNA permitem a construção de estruturas nanométricas com grande precisão. Podemos imaginar geometrias complexas em trilhos de distâncias maiores que incluam junções. Robôs moleculares manufatores e autônomos são uma possibilidade”, disse Hiroshi Sugiyama, outro autor da pesquisa.

O artigo Direct observation of stepwise movement of a synthetic molecular transporter (doi:10.1038/nnano.2010.284), de Endo e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/nnano.

Agência FAPESP