Ao longo de sua evolução, porém, o parasita desenvolveu estratégias biológicas em que ele consegue reduzir a quantidade de Heme produzida, uma delas, é por intermédio da proteína Heme oxigenase (HO) que é muito importante para a sua sobrevivência. A pesquisa pretende inibir essa via que reduz a quantidade de Heme. A inibição da HO manteria elevada a concentração de Heme em níveis suficientemente tóxicos para eliminar o parasita.
No momento, o estudo de Guido encontra-se na fase de pesquisa básica, que inclui a descoberta do princípio ativo, que leva entre 5 e 7 anos. Até chegar-se a comercialização do medicamento final, é necessário um período maior, chagando a um total de 15 a 20 anos. “É preciso, primeiramente, conhecer o ‘inimigo’, descobrir seus pontos fracos para, posteriormente, atacá-lo”, explica. Para tanto, isola-se o gene que codifica a HO do Plasmodium para, posteriormente, colocá-lo em um bactéria, ou seja, em outro organismo.
Inibição:
A bactéria é capaz de produzir grandes quantidades da HO para que possamos estudá-la. Por fim, extraímos essa proteína da bactéria e isolamos para tê-la com alta pureza. “Conhecendo-se a estrutura 3D do alvo poderemos planejar pequenas moléculas que se encaixem no sítio ativo da HO e assim inibir a sua função bioquímica”, esclarece Guido.
De acordo com o professor, em 2010 o grupo de pesquisa conseguiu uma produção significativa de proteína e substância para trabalhar e desenvolver os estudos estruturais e de química medicinal. “Embora o objetivo final ainda esteja distante, ou seja, desenvolver um fármaco para o tratamento da malária, os avanços já conseguidos são bastante animadores”, conclui.
A malária é uma doença causada por parasitas do gênero Plasmodium. Esse parasita necessita do nosso corpo para sobreviver e entra no organismo pela picada de mosquitos do gênero Anopheles, popularmente conhecidos como muriçoca, sovela, mosquito-prego ou bicuda.
Uma das estratégias atuais para o desenvolvimento de fármacos é saber como e onde o parasita funciona. “Procuramos alvos, ou seja, proteínas específicas, que são essenciais para a sua sobrevivência. Uma vez identificados esses alvos procuramos desenvolver pequenas moléculas que se ligam a ele alterando a sua função natural”, explica o professor.
“Estamos tentando identificar esses alvos e desenvolver essas pequenas moléculas para que elas se liguem com alta eficiência nos alvos para que, dessa forma, o parasita não sobreviva no nosso organismo.”
Assessoria de Comunicação
IFSC-USP