As observações foram feitas com instrumentos instalados no Observatório Keck, no Havaí, e permitiram concluir que esse tipo de estrela, que tem massa entre 10% e 20% a do Sol, são bastante frequentes. É a primeira vez que se consegue estimar essa população estelar no Universo.
“Ninguém sabia quantas anãs vermelhas poderiam existir. Diferentes modelos teóricos apontaram uma ampla gama de possibilidades. Agora, conseguimos responder uma dúvida antiga sobre a abundância dessas estrelas”, disse van Dokkum.
Os pesquisadores descobriram também que há cerca de 20 vezes mais anãs vermelhas em galáxias elípticas do que na Via Láctea (espiral). “É comum pensar que as outras galáxias são como a nossa. Mas nosso estudo reforça que há outras condições possíveis em outras galáxias. Essa descoberta poderá ter um grande impacto em nossa compreensão da formação e evolução das galáxias”, disse Conroy.
Uma possível consequência, segundo Conroy, é que as galáxias podem conter menos matéria escura – a substância misteriosa que, apesar de ter massa, não pode ser observada diretamente – do que medições anteriores indicaram. A diferença é que as anãs vermelhas, abundantes, podem contribuir com mais massa do que se estimava até então.
Além de ampliar o número de estrelas no Universo, a descoberta também amplia o número de planetas em órbita dessas estrelas. O que, por sua vez, segundo van Dokkum, eleva o número de planetas que pode conter algum tipo de vida. Um exemplo é o Gliese 581, descoberto recentemente e não por coincidência em órbita de uma anã vermelha.
O artigo A substantial population of low-mass stars in luminous elliptical galaxies (doi: 10.1038/nature09578), de Pieter van Dokkum e Charlie Conroy, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
Agência FAPESP