
O observatório Kepler, lançado em março de 2009, tem como missão ajudar no descobrimento de planetas em órbita de estrelas distantes. A identificação é feita por meio da medição da diminuição da luz da estrela à medida que planetas passam em sua frente (transitam).
Matthew Holman, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, e colegas analisaram sete meses de dados colhidos pelo Kepler, com observação de mais de 156 mil estrelas, e identificaram dois novos planetas, aos quais deram os nomes Kepler-9b e Kepler-9c.
Os planetas têm períodos de transição de 19,2 e 38,9 dias, respectivamente. Os períodos são instáveis, aumentando ou diminuindo em taxas de 4 minutos e 39 segundos por órbita.
Um planeta único orbita uma estrela de modo periodicamente preciso, mas, no caso dos planetas descobertos, as variações, segundo os pesquisadores, devem-se às fortes interações gravitacionais entre eles.
Levando em conta suas características gravitacionais e velocidade radial, os autores do estudo sugerem que os dois planetas são corpos de grande massa em órbita de sua estrela, denominada Kepler-9.
A partir da análise dos dados do observatório espacial, os cientistas também apontam a possibilidade de terem descoberto um terceiro planeta, com massa maior do que a da Terra. Esse planeta estaria em uma órbita mais interior, mas, segundo os cientistas, mais análises serão necessárias para confirmar a sua existência.
O artigo Kepler-9: A System of Multiple Planets Transiting a Sun-Like Star, Confirmed by Timing Variations (doi:10.1126/science.1195778), de Matthew Holman e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.scienceexpress.org.
Agência FAPESP