Como os asteroides troianos compartilham a órbita de seus planetas, eles são sensíveis à formação e migração desses outros. Por conta disso, a descoberta poderá ajudar a compreender melhor questões fundamentais sobre a formação e os movimentos dos planetas.
Júpiter é o planeta do Sistema Solar com o maior número de asteroides troianos conhecidos: mais de 4 mil. Há quatro troianos conhecidos em Marte e outros seis em Netuno, mas nenhum na região em que agora foi encontrado o sétimo. Até então, não se descobriu esses tipos de asteroides nos demais planetas do Sistema Solar, apesar de os cientistas estimarem tal existência.
Scott Sheppard, da Instituição Carnegie, e Chad Trujillo, do Observatório Gemini, utilizaram uma nova técnica observacional, que aproveita a formação de grandes nuvens escuras de poeira no espaço para poder bloquear a luz de fundo no plano galáctico.
Essa “janela observacional” foi empregada com o auxílio do telescópio japonês Subaru, com espelho de 8,2 metros de diâmetro, instalado no Havaí. A órbita do 2008 LC18 foi determinada com os telescópios Magalhães, de espelhos com 6,5 metros, instalados no Chile.
“Estimamos que o novo troiano em Netuno tenha um diâmetro de cerca de 100 quilômetros e que há cerca de 150 outros asteroides do tipo na região em que observamos o 2008 LC18”, disse Sheppard.
Isso implicaria que há mais asteroides troianos em Netuno do que o número desses objetos no principal cinturão entre Marte e Júpiter. “Há menos troianos conhecidos em Netuno simplesmente porque eles são mais difíceis de serem descobertos, uma vez que estão tão longe da Terra”, disse.
O artigo Detection of a Trailing (L5) Neptune Trojan, de Scott Sheppard e Chad Trujillo, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/science.1189666.
Agência FAPESP