“Durante o tempo da pesquisa, encontramos pistas sutis de que a função imune poderia estar ligada ao Parkinson. Agora, temos evidência muito convincente disso e uma ideia bem definida de quais partes do sistema imunológico podem estar envolvidos”, disse Cyrus Zabetian, professor da Universidade de Washington, um dos autores da pesquisa.
Os pesquisadores descobriram uma nova associação da doença com a região HLA (sigla em inglês para “antígenos leucocitários humanos”), que contém um grande número de genes relacionados à função imunológica em humanos.
Os genes HLA são essenciais para o reconhecimento de invasores nos tecidos do corpo. Mas o funcionamento não é sempre perfeito, uma vez que os genes variam muito de pessoa a pessoa.
Certas variantes dos HLA estão associadas com um aumento no risco ou na proteção contra doenças infecciosas, enquanto outras podem induzir distúrbios nos quais o sistema imunológico ataca tecidos do próprio corpo.
Esclerose múltipla, uma doença neurológica causada pela autoimunidade, também está associada com os HLA. O estudo observou que a variante genética associada com a doença de Parkinson está na mesma região que a ligada à esclerose.
De acordo com a pesquisa, investigar a conexão entre Parkinson e inflamações, especialmente no contexto da um marcador genético variável, pode levar ao desenvolvimento de medicamentos melhores e mais seletivos para o tratamento da doença.
O artigo Common genetic variation in the HLA region is associated with late-onset sporadic Parkinson's disease (doi:10.1038/ng.642), de Haydeh Payami e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Genetics em www.nature.com/ng.
Agência FAPESP