O estudo, liderado por Nancy Sullivan, do Centro de Pesquisas de Vacinas no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), foi publicado na revista de acesso livre PLoS Pathogens.
“Esse trabalho importante mostra que é possível gerar imunidade de espécies de ebolavírus identificadas recentemente com uma vacina desenhada a princípio para proteger contra outras espécies”, disse Anthony Fauci, diretor do NIAID.
“Essa descoberta influenciará o desenvolvimento de futuras vacinas e poderá abrir um caminho para o desenvolvimento de uma única vacina que funcione tanto para espécies de ebolavírus conhecidas como para emergentes”, afirmou.
A vacina experimental contra o ebola tem dois componentes. O primeiro consiste de uma vacina de DNA que contém um pequeno pedaço de material genético que codifica proteínas de superfícies de ebolavírus do Zaire e do Sudão. O segundo componente é um vírus enfraquecido que transmite a proteína de superfície do ebolavírus da linhagem Zaire.
Segundo os cientistas, a vacina levou à um aumento, em macacos usados no estudo, na produção de anticorpos e à uma forte reação na parte celular do sistema imunológico, que inclui linfócitos T – os quais ajudam a orquestrar a resposta imune geral.
“Uma vacina ideal para o ebola deveria estimular a imunidade geral de modo que não precisemos correr atrás do desenvolvimento de vacinas inteiramente novas à cada espécie de vírus descoberta”, disse Nancy.
Mas desenvolver uma vacina que proteja contra múltiplos tipos de ebolavírus é um grande desafio, afirma a pesquisadora. Para a parte do sistema imunológico responsável pela produção de anticorpos, cada espécie é encarada diferentemente. Ou seja, anticorpos que reconheçam uma espécie de vírus podem não reconhecer outra.
O artigo Demonstration of cross-protective vaccine immunity against an emerging pathogenic Ebolavirus species (doi: 10.1371/journal.ppat.1000904), de Nancy Sullivan e outros, pode ser lido em http://dx.plos.org/10.1371/journal.ppat.1000904.
Agência FAPESP