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fapesp_logoO estudo das mudanças climáticas, da astronomia, da física de altas energias, da telemedicina, da agronomia, dos trabalhos sobre a biodiversidade e de muitas outras áreas do conhecimento não conseguiriam avançar sem o apoio da computação. O presente e o futuro da computação aplicada às ciências é o foco do debate no Faculty Summit 2010 América Latina, que teve início nesta quarta-feira (12/5) no Guarujá, no litoral paulista, reunindo mais de 200 especialistas em computação de 13 países.
O tema desta edição é “Computação: fazendo a diferença” e visa promover a troca de experiências entre os participantes a fim de criar novas oportunidades para a inovação criativa promovida pela pesquisa científica no continente latino-americano.

Promovido pela Microsoft Research e pela FAPESP, o evento já está em sua sexta edição. Juntas, as duas instituições investiram R$3,5 milhões em trabalhos brasileiros da área de computação desde 2007, ano da criação do Instituto Microsoft Research FAPESP.

“A Microsoft é um dos melhores parceiros da FAPESP, porque compreende bem as diferenças entre a pesquisa acadêmica e a empresarial e com isso dá uma colaboração adequada ao pesquisador”, declarou o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, durante a abertura do evento.

Um dos principais objetivos do evento, segundo Brito Cruz, é aumentar a cooperação entre pesquisadores dentro da América Latina. “A colaboração que nós, pesquisadores latino-americanos, mantemos com europeus e norte-americanos é muito maior que as parcerias entre nós mesmos”, afirmou.

Para ilustrar, Brito divulgou que entre os 188 pesquisadores visitantes que o Estado de São Paulo recebeu em 2008, somente 17 eram de países latino-americanos.

O presidente da Microsoft do Brasil, Michel Levy, afirmou que o país apresenta uma economia robusta e tem pela frente grandes desafios relacionados às áreas de educação, inovação e pesquisa.

Para Levy, o desenvolvimento do Brasil vai esbarrar em um gargalo relacionado à área da computação: a falta de profissionais capacitados nessa área. “A estimativa é de que estejam faltando entre 30 a 50 mil profissionais especializados no país. São vagas que não são preenchidas porque não há gente capacitada para ocupá-las”, disse.

Por outro lado o país tem se mostrado um berço de talentos na área computacional, de acordo com Levy. Na última competição mundial de computação promovida pela Microsoft entre estudantes de todo o mundo, o Brasil representou um quarto de todas inscrições, segundo informou.

Além da capacitação, o executivo da Microsoft ressaltou a importância da pesquisa e da inovação como chaves para o desenvolvimento do continente latino-americano. “Projetos como o da Microsoft Research e FAPESP podem levar a América Latina a um desenvolvimento social e econômico sustentável”, afirmou.

Foco na pesquisa

O presidente do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq), Carlos Alberto Aragão, que também participou da mesa de abertura do evento, apresentou o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação dentro do qual destacou a Fundação Paulista.

“A FAPESP é a joia da coroa nesse sistema. Seu modelo foi copiado com êxito por muitas outras fundações estaduais de amparo à pesquisa no Brasil”, disse Aragão.

Tony Hey, vice-presidente corporativo da divisão External Research da Microsoft Reasearch, explicou o interesse da empresa na pesquisa. “Investimos nesse tipo de pesquisa desde 1991, quando era raro ver uma empresa investir em pesquisa pura”.

Na opinião de Hey, esse investimento tem trazido dividendos mesmo em áreas inesperadas. O desenvolvimento de um bloqueador de mensagens indesejáveis de e-mail – os chamados spams –, gerou um sistema que também se mostrou promissor para combater o vírus HIV.

O algoritmo é treinado para encontrar e caçar determinadas partes do spam, consideradas seus pontos fracos, segundo explica o executivo. O mesmo acontece quando o vírus é analisado. “Essa foi uma descoberta inesperada e voltada a uma área que não estava sendo estudada – o que mostra a importância desse tipo de investimento para o país e para o mundo”, declarou Hey.

Após a abertura, Brito Cruz fez a primeira apresentação do evento, intitulada “Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”, na qual contou o histórico das políticas do setor e os resultados que elas trouxeram.

Brito Cruz salientou a maturidade que o país adquiriu no desenvolvimento científico e tecnológico e a necessidade de se investir em todos os tipos de pesquisa, mesmo as que não representem retorno financeiro. “A ciência nem sempre tem um objetivo econômico ou mesmo prático. Também fazemos ciência para conhecer mais e para nos tornarmos mais sábios”.

Lançado em 10 de abril de 2007, o Instituto Microsoft Research-FAPESP de Pesquisas em TI, tem o objetivo de formar uma rede de pesquisadores capazes de criar novos conhecimentos que contribuam para expandir as capacidades da tecnologia de computação para atender mais e melhor os desafios sociais e econômicos de comunidades desfavorecidas, rurais e urbanas.

Mais informações: http://www.fapesp.br/ materia/2820/ convenios-e-acordos-de-cooperacao/ fapesp-microsoft-research.htm

Agência FAPESP