As bolsas serão na modalidade sanduíche, ou seja, o estudante poderá fazer parte da graduação no exterior (de seis a 12 meses, podendo se estender até 15 meses se incluir curso de idioma) e ter seus créditos validados pela instituição no Brasil em que estão matriculados.
O primeiro passo é acessar a página e se inscrever. Se a instituição brasileira tiver aderido ao Ciência sem Fronteiras, é ela quem vai homologar as inscrições e definir os critérios para a escolha dos estudantes. A instituição envia a listagem para a Capes, que valida a inscrição. A partir daí, são os institutos internacionais parceiros da Capes que definirão onde o estudante vai estudar.
Se a instituição no Brasil não tiver aderido ao Ciência sem Fronteiras, o candidato faz a inscrição no processo individual, em que os critérios são definidos pela própria Capes – desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), méritos na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e aluno com bolsa de iniciação científica.
O programa Ciência sem Fronteiras já está em seu terceiro edital. Estudantes brasileiros já foram selecionados para Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Canadá. O governo brasileiro negocia, também, parcerias com Irlanda, Noruega, Índia e Finlândia.
Na oferta de vagas do Ciência sem Fronteiras, grande parte da demanda é por bolsas nos Estados Unidos. O número de inscritos no primeiro edital chegou a 7 mil, dos quais 1,5 mil foram selecionados. No segundo edital, os candidatos que se inscreveram estão em processo final de seleção.
Aluno da Universidade de São Paulo (USP), Victor Adonno, 21 anos, é bolsista do Ciência sem Fronteiras na Catholic University of America e faz estágio no centro de pesquisa da agência espacial norte-americana, a Nasa – o Goddard Space Flight Center, em Greenbelt, Maryland, a 11 km de Washington. “Estou em contato com grandes pesquisadores e depois quero focar em matemática, voltada para astronomia”, explica o estudante, que volta em dezembro para o Brasil.
Felipe Azevedo, 20 anos, também é bolsista do Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos, na Washington University, in St. Louis, Missouri. “Foi a primeira vez que eu saí do Brasil e eu espero que esse programa continue e que mais estudantes tenham essa experiência de intercâmbio cultural”, diz o bolsista, que faz engenharia mecânica no Brasil na Universidade Federal do Piauí e sonha trabalhar na Petrobras, além de continuar os estudos acadêmicos.
O Ciência sem Fronteiras é uma iniciativa do governo federal, por meio dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação e suas instituições de fomento – Capes e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O programa tem o objetivo de formar estudantes nas melhores universidades e instituições de pesquisa estrangeiras, em áreas prioritárias.