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bandiere-globeO Brasil vai mandar 100 mil estudantes de graduação e de pós para estudar no exterior. As bolsas serão financiadas pelo programa Ciência sem Fronteiras, lançado pela presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira, 26 de julho. Segundo ela, o objetivo é estimular a criação de novas tecnologias. "O foco do programa está na área das exatas. O Brasil tem que formar as pessoas nessa área para poderem criar", disse a presidente. O país hoje é o 13º maior produtor de artigos científicos, mas ocupa a apenas a 47ª posição no ranking mundial quando o tema é inovação.
A decana interina de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB, Márcia Aguiar, acredita que o envio de estudantes ao exterior pode ajudar a mudar a cultura das universidades nesse aspecto. "Uma grande dificuldade do pesquisador brasileiro está em trabalhar a sua pesquisa como inovação, de se aproximar mais das empresas. Em outros países, essa relação é bem mais estreita", afirma. "Com esse intercâmbio, os pesquisadores poderão conviver com esse tipo de prática e trazer isso para as nossas universidades".

A maior parte das bolsas, 27 mil, será destinada a estudantes de graduação. A ideia é que eles passem pelo menos um ano em uma 238 universidades estrangeiras já selecionadas entre as melhores do mundo. Para se candidatar, os alunos devem ter feito pelo menos 40% dos créditos do seu curso e tido pontuação acima de 600 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Atividades de iniciação científica e participação em olimpíadas científicas também terão peso na escolha.

O restante das bolsas vai financiar estudos de doutorado-sanduíche (24.600), doutorado integral no exterior (9.790) e pós-doutorado (8.900). Haverá ainda apoio para jovens cientistas realizarem projetos de pesquisas durante três anos em centros de pesquisas renomados e para empresas enviarem técnicos para cursos de especialização.

O programa prevê também trazer 390 pesquisadores internacionais para o Brasil. Eles devem passar pelo menos dois meses por ano no país, durante três anos, para atuar em grupos de pesquisas nacionais e receber estudantes brasileiros no laboratório deles no exterior.

"Essa proposta vai ao encontro das diretrizes do DPP, de internacionalizar e enriquecer a nossa pesquisa", diz a decana Márcia Aguiar. "Temos demanda para essas bolsas, estamos prontos para o desafio". Márcia faz uma única ressalva: precisa haver também uma política para que esses alunos continuem no Brasil depois. "Muitas vezes, os estudantes que são nossas melhores promessas não retornam. Precisamos fixá-los no Brasil".

Veja quais são as áreas prioritárias para o programa Ciência sem Fronteiras:

• Engenharias
• Física, Química, Geociências
• Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde
• Computação e tecnologias da informação
• Tecnologia Aeroespacial
• Fármacos
• Produção Agrícola Sustentável
• Petróleo, Gás e Carvão Mineral
• Energias Renováveis
• Tecnologia Mineral
• Tecnologia Nuclear
• Biotecnologia
• Nanotecnologia e Novos materiais
• Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais
• Tecnologias de transição para a economia verde
• Biodiversidade e Bioprospecção
• Ciências do Mar
• Indústria criativa
• Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva
• Formação de Tecnólogos

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